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Agronegócio

Chuvas no Sul: além da tragédia humana, produtores estão perdendo muitas lavouras

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Diego_Vara_Agência Brasil

Enchente no Rio Grande do Sul afeta cidades e lavouras

O cenário para a safra de soja do Rio Grande do Sul, que caminhava para ser o segundo maior Estado produtor do Brasil na temporada 2023/24, está se deteriorando após chuvas torrenciais, com integrantes do setor citando nesta sexta-feira (3) potenciais perdas entre 10% a 15% da colheita esperada.

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A cooperativa gaúcha Cotrisal estimou queda na safra de soja para cerca de 19 milhões a 20 milhões de toneladas, uma vez que cerca de um quarto da área plantada ainda não havia sido colhida antes das chuvas, disse à Reuters Leandro da Silva, gerente da unidade de grãos.

Os números da Cotrisal, com sede em Sarandi (noroeste do Estado), ficam abaixo das 21,89 milhões de toneladas previstas pela estatal Conab para a colheita gaúcha antes da tragédia climática. Já a Emater, órgão de assistência técnica do Estado, havia estimado a produção em 22,25 milhões de toneladas.

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As notícias do Rio Grande do Sul sustentaram os contratos futuros na bolsa de Chicago, já que as chuvas potencialmente deverão reduzir o volume esperado para a produção do Brasil, o maior produtor e exportador de soja.

Analistas avaliam que o Estado tem cerca de 5 milhões de toneladas de soja “em risco”, diante das enchentes, mas ponderam que as perdas potenciais poderiam ser menores, girando entre 1 milhão e 2 milhões de toneladas. Já o corretor Adelson Gasparin, que está em Passo Fundo, projeta perdas potenciais de 2,8 milhões de toneladas.

“Nas regiões mais atingidas… no centro do Estado para sul do Estado, calculo que pode ter 30% a até 40% da área para ser colhida”, disse o gerente sênior de relacionamento da Hedgepoint, Eduardo Tres, que está em Passo Fundo.

Com base nisso, a empresa de análises estima que o Estado tem cinco milhões de toneladas ainda para colher em áreas de risco, mas as perdas potenciais girariam em até 2 milhões de toneladas, disse Alef Dias, analista de grãos e macroeconomia da Hedgepoint.

Além de problemas para a safra, infraestrutura, distribuição de energia e transporte, as chuvas intensas causaram a morte de pelo menos 31 pessoas, além de deixarem dezenas de desaparecidos, de acordo com dados da Defesa Civil.

Consequências para o Brasil

Ainda que seja complicado estimar por ora exatamente as perdas, até porque muitas áreas estão debaixo d’água, já é consenso entre analistas que a produção brasileira será menor do que o esperado.

A reviravolta vem em um momento em que havia um viés de alta para as estimativas do Brasil. O Rio Grande do Sul ainda tem 24% da área com soja a ser colhida, informou a Emater na quinta-feira.

“É muito cedo para falar em números, mas sim, vamos cortar um parte da produção gaúcha… Dá para falar que de 4 milhões a 5 milhões de toneladas estão em risco”, afirmou o analista Luiz Fernando Roque, da Safras & Mercado, que está em Porto Alegre, ponderando que “é muito difícil” que se perca todo o restante que está nos campos.

“Vai depender do que vai se conseguir salvar das lavouras afetadas, mas tem sim possibilidade de reduzir a safra brasileira por conta dos problemas no Rio Grande do Sul.”

Segundo o analista Fernando Muraro, da AgRural, “o mercado em breve vai descobrir que a safra brasileira se afasta dos 155 milhões de toneladas”, estimadas pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).

A AgRural já estimava um número menor, de 148,5 milhões de toneladas, que deverá ser revisto para baixo, enquanto a Safras & Mercado havia elevado sua projeção de março para abril para 151,3 milhões de toneladas, com viés positivo.

“Todo mundo estava elevando a safra brasileira por conta da safra do Rio Grande do Sul, que estimávamos em 22 (milhões de toneladas), e agora estava em 23. Agora vamos ter que rever isso… disse Muraro, da AgRural.

“Agora vamos ter que reduzir novamente, mas quanto reduzir, ainda não dá para saber”, acrescentou ele, explicando que, no momento, é difícil até para falar com as regiões atingidas.

O especialista Carlos Cogo, sócio-diretor da consultoria Cogo Inteligência em Agronegócio, comentou que o efeito das inundações sobre os contratos futuros de Chicago já aconteceu, mas é preciso acompanhar os novos desdobramentos.

“É mais um prêmio de risco que deve ser balanceado após resultados mais claros dos prejuízos, que também afetam a questão da logística em todas essas regiões atingidas.”

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Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Agronegócio

Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Agronegócio

Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

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Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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