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Expozebu: maior feira de gado zebu rende R$ 190 milhões e aposta na valorização da carne

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Expozebu recebe 400 mil pessoas no seu parque de exposições

A maior feira do mundo destinada às raças zebuínas terminou neste domingo (5), em Uberaba, uma das principais cidades do chamado Triângulo Mineiro, onde está a sede da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ). A entidade é uma das mais antigas da pecuária, fundada em 1934, e conta com cerca de cerca de 22 mil associados. A 89ª ExpoZebu – Exposição Internacional das Raças Zebuínas, que começou no sábado (27 de abril), foi uma feira – como é de praxe sua estrutura – que apresentou um grande mosaico de avaliação de animais de várias raças, os chamados julgamentos de pista; vendas em leilões e diretamente nas fazendas; mostras de tecnologias das empresas de inseminação artificial, além de uma série de eventos e encontros. Os leilões, uma tradição da Expozebu, resultaram em negócios da ordem de R$ 190 milhões (até esta segunda, 6, faltavam no cômputo final os resultados dos últimos leilões).

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Das 400 mil pessoas estimadas no parque de exposições, 700 eram estrangeiras lotadas em 35 comitivas internacionais. Não por acaso, o Brasil no mundo foi alvo de lideranças logo na abertura dos trabalhos. “O material genético das raças zebuínas produzido e melhorado aqui no Brasil tem maior facilidade de acessar os mercados internacionais, especialmente o da Ásia, de forma indireta, através de outros países. Precisamos destravar processos e agilizar ao máximo os protocolos de exportação”, disse Gabriel Garcia Cid, presidente da ABCZ. “E da porteira para dentro precisamos baixar custos, senão muitos negócios se tornarão inviáveis. É muito natural que outros países entrem em queda de braço com o Brasil por não quererem perder espaço.”

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Gabriel Garcia Cid ressaltou, e não custa lembrar, da liderança do Brasil na exportação de carne, com 2 milhões de toneladas in natura em 2023, além de ser referência em melhoramento genético e intercâmbio de genética com o mundo. Ele reconheceu os esforços do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para a abertura de mercados internacionais, mas fez um apelo ao ministro Carlos Fávaro, sobre a desburocratização de processos e agilização de protocolos de exportação. “O Brasil se torna definitivamente uma grande oportunidade para o mundo, para as grandes necessidades de alimento e de energia”, disse Fávaro. “Juntos, estamos trabalhando para fazer desse país um país de oportunidades. Tudo isso não é força de uma pessoa só, de uma entidade só, de um governo só.”

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Gabriel Garcia Cid, presidente da ABCZ, cobra maior agilidade para exportar genética

Na agenda estava o 2º Comcebu (Congresso Mundial dos Criadores de Zebu), com quatro dias de palestras, como a de Ian Wright, que até 2021 era o presidente-executivo da Food and Drink Federation, que é voz da fabricação de alimentos e bebidas no Reino Unido; e ações como o Zebu Connect Day, um evento inédito na feira de raças zebuínas. “Já é tradição do Brazilian Cattle os Farm Tours, que são as visitas às fazendas da região e centrais de genética, mas as mais distantes ficavam de fora”, afirma Yasmin Perissê, analista da ABCZ. “Então, decidimos unificar em um só lugar”.
O evento ocorreu na fazenda experimental da ABCZ. Uma das centrais que ficavam fora desse circuito era a Seleon Biotecnologia, de Itatinga (SP), a 460 km de Uberaba, e que não perdeu a oportunidade. “ “Somos prestadores de serviço em produção de sêmen. Hoje, a Seleon processa em torno de 5 milhões de doses por ano. Temos uma visão de cinco anos e nosso plano de investimento está na casa dos R$ 20 milhões”, diz Bruno Grubisich, CEO da empresa.

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Outro encontro internacional foi o da Federação Internacional de Criadores de Zebu (Ficebu), com cerca de 40 lideranças de associações, para debater temas como protocolos sanitários e colaboração entre os países. “Esse é nosso segundo fechamento do ano da diretoria, onde propusemos quatro tarefas e vamos cumprindo”, afirmou o guatemalteco José Santiago Molina, presidente da Ficebu. Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges, vice-presidente da ABCZ, conta que “a Ficebu faz um trabalho importante que é o de padronização dos registros genealógicos e das provas zootécnicas para que facilite o intercâmbio de material genético entre os países.”

Dos acordos internacionais de cooperação, dois foram realizados pelas Faculdades Associadas de Uberaba (Fazu), um com a boliviana Federación de Ganaderos de Santa Cruz (Fegasacruz), que representa 39 associações de pecuaristas daquele país, e outro com a Asociación Provincial de Ganaderos de Esmeraldas, do Equador, visando relações acadêmicas e científicas entre os países.

Raças zebuínas monitoradas

O zebu, ou seu nome científico Bos indicus, tem na raça nelore sua maior expoente no Brasil, assim como ocorre na feira que comporta um total de cerca de 1.500 animais nas baias. Mas há outras raças importantes, como a brahman, guzerá, tabapuã, indubrasil, punganur, sindi, cangaian e gir na versão de raça pura e o girolando, uma raça que surgiu no país visando a produção exclusiva de leite, embora as raças para carne dominem o cenário econômico de um rebanho comercial da ordem de 200 milhões de animais, sendo maior do mundo.

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Das raças zebuínas nos julgamentos da Expozebu, a nelore é a de maior representação no rebanho brasileiro

Nesta edição, a ABCZ também anunciou o lançamento do Programa de Avaliação de Bezerros de Corte. O intuito é dar consistência às informações dos rebanhos, inclusive com dados de abate, progênie de touros e qualidade da carne e para participar é preciso fazer parte do Programa de Melhoramento Genético para rebanhos comerciais (PMGZ Comercial).

“É uma cooperação técnica comercial com a indústria frigorífica para que a gente tenha as informações dos animais que forem para abate e, consequentemente, tendo dados de carcaça de pais conhecidos e os currículos desses animais, teremos todos os dados produtivos e genéticos. Será uma avaliação completa”, afirma o zootecnista Ricardo Abreu, gerente Fomento dos Programas de Melhoramento Genético da ABCZ.

O diretor executivo e de originação da JBS, Eduardo Pedroso, disse que os dados dos diversos boiteis da empresa estarão disponíveis. Entre eles, dois confinamentos estão próximos a Uberaba, um com capacidade estática para engordar 10.600 animais e outro 12.500 animais. “A proposta é estender o Boitel JBS para uma vitrine tecnológica de testagem de progênie e democratizar o acesso ao sistema de terminação intensiva no cocho sem desembolso antecipado do pecuarista para engorda”, afirmou Pedroso. “Todo banco de dados irá retroalimentar o PMGZ Comercial e alavancar a acurácia da avaliação de novos touros. Com essa parceria iremos aproximar ainda mais a indústria da carne do melhoramento genético chancelado pela ABCZ e fomentar o uso cada vez maior de touros Zebu PO melhoradores no rebanho nacional.”

Para Garcia Cid, o programa trará muitos benefícios aos criadores. “A criação do programa com esse foco é uma oportunidade fantástica de melhorar a qualidade da carne produzida pelos pecuaristas que já investem na genética pura melhoradora através de inseminação e, pelo uso de monta natural de touros puros zebuínos”, disse ele. “Um dos objetivos é mostrar os ganhos reais em produção de carne aos pecuaristas que hoje ainda não fazem uso da genética pura em seus rebanhos, o que representa algo em torno de 50% das matrizes aptas para reprodução no Brasil. Pecuaristas e a indústria ganharão juntos.”

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Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

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Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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