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Como ficam os investimentos com a taxa Selic em 10,50% ao ano

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Nesta quarta-feira (8), o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu reduzir a taxa básica de juros do País em 0,25 ponto percentual. Agora, a Selic cai de 10,75% para 10,50% ao ano. Esta é a primeira reunião do grupo, desde que o ciclo de afrouxamento monetário começou, sem consenso prévio entre agentes do mercado. Desde agosto de 2023, o Copom vinha adotando um ritmo de cortes de 0,50 ponto percentual na Selic, mas a piora do sentimento em relação aos fundamentos macroeconômicos no Brasil e no exterior levou parte do mercado a defender uma redução menor na taxa de juros nesta reunião.

Desde o último encontro do Copom, no final de março, foram divulgados dados de inflação e de atividade econômica mais altos do que o esperado nos Estados Unidos. Se antes o mercado trabalhava com a possibilidade de que o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, pudesse cortar a taxa de juros em junho ou julho, agora, a expectativa geral é que o ciclo de afrouxamento monetário nos EUA comece apenas em setembro. Isso por si só já seria uma razão para uma postura mais cautelosa do BC brasileiro, uma vez que a redução do diferencial entre a taxa de juros brasileira e a americana afasta capital estrangeiro do País, desequilibra o câmbio e pode gerar pressão inflacionária.

O cenário externo tem imposto cautela ao mercado financeiro. Em abril, o Governo revisou a meta de 0,5% do PIB de superávit primário em 2025 para déficit zero. Para analistas e economistas, o movimento representou um ‘abandono’ do arcabouço fiscal e acendeu um alerta com o compromisso com a responsabilidade fiscal. Como mostramos aqui, a união desses dois fatores fez a Bolsa cair em abril, ao passo que os títulos do Tesouro Direto passaram por uma abertura de prêmio.

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“Notícias como o déficit recorde nas contas públicas e aumento do percentual da dívida com relação ao PIB demonstram um claro descontrole das contas públicas e do controle fiscal. Olhando para o cenário internacional, também há volatilidade impactando diretamente nas taxas praticadas no Brasil”, explica Octávio Gomes, especialista em mercado de capitais e sócio da AVG Capital. “Existe um cenário externo favorável à queda dos juros aqui, uma vez que temos a inflação sob controle internamente, porém nossa meta pode fazer com que a nossa taxa não caia como era esperado nas reuniões anteriores.”

Com o mercado dividido, o BC optou pela cautela e reduziu o ritmo de cortes da Selic, baixando a taxa apenas em 0,25 ponto percentual.

Como ficam os investimentos com a Selic a 10,50%

O aumento da incerteza fiscal e no exterior criou um movimento de oportunidade na renda fixa. Ao longo de abril, títulos do Tesouro Direto viram suas taxas subirem e, desde então, são negociados a um patamar de “juros de crise”. Segundo os especialistas, a abertura da curva de juros favorece o investimento sobretudo em dois tipos de ativos: os prefixados e os indexados à inflação.

Elcio Cardozo, especialista em mercado de capitais e sócio da Matriz Capital, explica que a abertura da curva de juros parece ter sido um movimento momentâneo, causado pelo estresse do mercado. Nas últimas semanas, já foram divulgados novos dados mais benignos sobre a inflação americana; um sinal de que o início do ciclo de cortes de juros nos EUA pode não estar tão distante assim. “Caso os dados persistam neste sentido, temos espaço para o fechamento de curva em breve, com o início do ciclo de baixa dos juros nos EUA. Neste sentido, o momento é muito bom para a alocação em ativos IPCA+ e prefixados, tendo em vista que as taxas aumentaram bastante”, destaca.

A projeção do Boletim Focus para a Selic ao final de 2024 subiu de 9,0% ao ano, há cerca de quatro semanas, para 9,63%. Já a projeção para 2025 subiu de 8,5% para 9,0% ao ano.

Apesar dessa mudança nas expectativas, o movimento da curva de juros parece “exacerbado”, destaca Odilon Costa, estrategista de renda fixa e crédito privado do Grupo SWM. “A taxa forward – que reflete, a partir da curva de juros, quanto o mercado remunera as aplicações pré-fixadas – para esses períodos estão próximas de 10,25% e 11,0%. Apesar de esperarmos um ciclo mais conservador de queda da Selic, achamos difícil imaginar uma taxa terminal tão elevada em 2025”, explica.

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Por isso, a adição de ativos prefixados na carteira passa a fazer sentido, especialmente para prazos intermediários. Essa também é a visão de Wellington Gonçalves, analista de renda fixa da Ágora Investimentos, que vê boas oportunidades na renda fixa prefixada com vencimentos inferiores a dois anos. “Se o cliente consegue garantir no curto e médio prazo uma taxa pré-fixada alta, mesmo diante de situações adversas de mercado ele consegue garantir um ganho maior do que caso ele alocasse em ativos pós-fixados”, afirma Gonçalves.

Para prazos de vencimento mais longos, quem passa a ganhar maior atratividade é o IPCA+. Além de estarem sendo negociados a taxas acima de 6%, um nível de juros real bastante elevado, os títulos atrelados à inflação garantem certa proteção à carteira do investidor. Um ponto importante dado às incertezas fiscais do cenário de médio e longo prazo.

“As taxas reais oferecidas nesses ativos, principalmente os de vencimento mais longo, se apresentam em níveis que, estatisticamente, não costumam aparecer com frequência, apresentando uma boa oportunidade para o investidor que busca alta rentabilidade no médio e longo prazo. Cabe ressaltar que a volatilidade nesses títulos IPCA+ de vencimento superior, são bem altas, sendo apropriada para investidores de perfil mais arrojado”, destaca Leandro Ormond, analista da gestora de patrimônio Aware Investments.

Um levantamento feito por Rafael Haddad, planejador financeiro do C6 Bank, mostra a rentabilidade bruta e líquida dos principais ativos da renda fixa com a Selic de 10,50% ao ano. A simulação levou em conta uma estimativa de CDI de 10,15% em 1 ano, com base no contrato de DI futuro, e uma expectativa de inflação em 12 meses de 3,60%, baseado na projeção do Boletim Focus.

Apesar da janela de oportunidade para investir em prefixados e IPCA+, ainda são os títulos incentivados quem oferecem os melhores retornos ao investidor. Por serem isentos de Imposto de Renda, Letra de Crédito Imobiliário (LCIs), Letra de Crédito do Agronegócio (LCAs) e as Debêntures Incentivadas de 95% do CDI, por exemplo, garantem retornos líquidos superiores ao de um Certificado de Depósito Bancário (CDB) prefixado a 11,25% ao ano.

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Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Agronegócio

Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

Leia também

Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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