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Veja como fica a rentabilidade dos títulos do Tesouro Direto após a nova Selic

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O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu pelo corte de 0,25 ponto porcentual, trazendo a taxa básica de juros da economia, a Selic, para 10,50% ao ano. Mesmo com a queda reduzindo a rentabilidade, os títulos pós fixados do Tesouro Selic continuam pagando muito bem, acima da inflação.

O ciclo de cortes está chegando ao fim, o mercado espera um piso em 10% ao ano até o final de 2024. “Se a gente considera o objetivo do investidor como uma reserva de emergência, ou um caixa, ou um tipo de investimento que ele quer menor volatilidade, é uma rentabilidade atrativa”, diz a chefe de economia da Rico, Rachel de Sá, sobre a atual taxa de títulos pós fixados do Tesouro Direto.

Leia mais: Como ficam os investimentos com a taxa Selic em 10,50% ao ano

Com a inflação do Brasil medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) marcando 3,93% em 12 meses e a taxa Selic pagando um pouco acima dos 10%, isso significa um rendimento real de mais de 6% ao ano, num título de liquidez diária, ou seja, com a possibilidade de resgatar o investimento em qualquer dia útil.

“É um ganho elevado para um papel que tem a segurança do governo federal, é um título simples de aportar para as pessoas, tem liquidez diária, então ainda é um título interessante”, comenta a analista de renda fixa da Nord Investimentos, Maria Luisa Nepomuceno. “Tesouro Selic é normalmente utilizado para reserva de emergência, para quem precisa tirar o dinheiro no curto prazo”, contextualiza Renan Diego, especialista em finanças pessoais.

Os juros que o mercado cobra

Numa outra ponta, os cortes da Selic não alteram a atratividade dos títulos vinculados ao IPCA , que vêm aumentando e atraindo a atenção dos investidores. Em abril, o Tesouro IPCA+ com vencimento em 15 de maio de 2035 foi negociado a uma taxa anual de 6,23%, enquanto no final de março, estava em 5,94% ao ano. “Situação semelhante ocorreu com o título vencendo em agosto de 2026, que alcançou 6,28% ao ano”, relata o analista de renda fixa da Levante Inside Corp, Fabrício Silvestre.

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O Tesouro Prefixado com vencimento em 2031 também voltou a aparecer como uma boa oportunidade neste cenário, apesar de sua característica mais arriscada. Pagando 11,53% ao ano, ele pode entregar um retorno alto para uma inflação que deve girar por volta dos 3,5% até 2027, conforme projeção do Boletim Focus. Isso representa um retorno real acima dos 7% em termos anuais. “É muito bom fazer esse congelamento da taxa de rentabilidade. Porém, o ideal é entrar pensando em manter até o vencimento”, diz Renan Diego, lembrando da famosa “marcação a mercado” – veja aqui o que é.

Leia também: “2024 é um ano extremamente frustrante e decepcionante”, diz Stuhlberger

É justamente nesta marcação a mercado que os títulos pós fixados do Tesouro Selic se diferenciam dos híbridos (Tesouro IPCA +, que tem uma parte do rendimento atrelado à variação da inflação e a outra prefixada) e dos papeis do Tesouro Prefixado. “Diferente dos títulos pós fixados, que seguem a rentabilidade da Selic, os prefixados e os híbridos vão seguir o que a gente está vendo na curva de juros. São os investidores precificando investimentos de longo prazo com base nos títulos do Tesouro”, explica Rachel de Sá.

Esse movimento, portanto, não é determinado pelo Banco Central, mas pelo mercado de investimento. É por isso que o movimento de queda no curto prazo é diferente da abertura na curva de juros no longo prazo, com os investidores cobrando mais para emprestar para o Tesouro.

O motivo para essa diferença são as incertezas vindas de fora, e de Brasília também. No caso específico, da comunicação do Copom. Um comunicado mais cauteloso do BC, indicando uma Selic terminal mais alta do que a esperada anteriormente, tende a não mexer na curva de juros. “Se a gente tiver uma abertura da curva, seria o resultado de um comunicação menos forte. Se o comunicado for mais forte, a gente pode ver um fechamento ou mesmo manutenção da curva de juros neste patamar”, explica a economista da Rico.

Riscos aqui e lá fora

Isso decorre da revisão de expectativas de corte nas taxas de juros dos EUA, que agora entrou num quadro de juros altos por mais tempo, o que aumenta o patamar de juros terminais no Brasil. Aos olhos do investidor internacional, o Brasil tem de pagar um prêmio de risco em relação aos juros dos Estados Unidos para justificar manter o seu dinheiro aqui.

Juros mais altos também pressionam a inflação por meio de um dólar mais caro, o que limita a margem de manobra do Banco Central na redução dos juros domésticos, motivo pelo qual o mercado espera que o atual ciclo de cortes de juros termine no patamar de dois dígitos, perto dos 10% ao ano.

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Além disso, com um governo de perfil mais gastador, o mercado passou também a cobrar mais juros para emprestar. Em abril o principal fator foi a proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) que altera a meta fiscal a partir de 2025, sugerindo um déficit primário maior, levando à abertura da curva de juros no mês.

Por isso – voltando à marcação a mercado – fica mais arriscado investir nos título híbridos e prefixados. Os movimentos de mercado de abertura e fechamento da curva de juros impactam no valor desses papeis e se o investidor precisar tirar o dinheiro antes do vencimento, pode fazê-lo num momento de perda.

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Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Agronegócio

Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Agronegócio

Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

Leia também

Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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