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Agronegócio

Além de Petz e Cobasi: quais os motivos por trás do boom de fusões entre empresas da Bolsa?

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Soma (SOMA3) e Arezzo (ARZZ3), 3R Petroleum (RRRP3) e Enauta (ENAT3), Petz (PETZ3) e Cobasi figuram entre as grandes companhias brasileiras que fazem de 2024 um ano atípico para o anúncio de fusões. Cada um dos acordos tem motivações específicas, mas, segundo especialistas, há um plano de fundo em comum: um aquecimento no mercado de M&As (fusões e aquisições) depois de anos de juros de dois dígitos que penalizou os modelos de negócios.

Marcus Phelipe Barbosa de Souza, sócio responsável pela área de fusões e aquisições do escritório Gasparini, Nogueira de Lima, Barbosa e Freire Advogados, explica que fusões entre empresas do mesmo setor acontecem por diferentes motivos. Entre as cantages estão os ganhos com sinergias, a robustez no relacionamento com fornecedores e clientes, a proteção contra a concorrência, o acesso a melhores taxas de financiamento, e a otimização de canais de distribuição ou maior liquidez no mercado.

Além disso, em um momento em que o cenário político-econômico nacional e internacional ainda é complexo, impactando negativamente a captação de recursos em IPOs e follow-ons, as fusões aparecem como opções estratégicas. “Relatórios de empresas especializadas têm informado um incremento no número de operações de M&A nos primeiros meses de 2024, não apenas nas operações envolvendo players estratégicos, como também investidores financeiros, como fundos de private equity, que reduziram as operações na pandemia, mantiveram-se líquidos e agora buscam oportunidades de investimento”, explica Souza.

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No caso das empresas listadas na Bolsa, alguns nomes viram seu valor de mercado cair muito nos últimos anos ao longo do ciclo de alta da taxa de juros, que comprimiu as margens de muitos modelos de negócios. As fusões com pares do mesmo setor surgem como uma das alternativas para melhorar os resultados financeiros.

É o que explica José Antonio Miguel Neto, sócio-fundador do escritório Miguel Neto Advogados. “Essas empresas têm três alternativas: arrumar um sócio para botar dinheiro, aumentar os empréstimos ou se juntar com alguém para ter sinergia, diminuir custo e aumentar o volume, aumentar a venda. E algumas delas optaram por fazer esse movimento de se juntar a concorrentes”.

Segundo os especialistas, o mercado de M&A está mais aquecido que em 2022/2023 e tanto companhias listadas quanto companhias privadas têm feito movimentos estratégicos como alternativas para concretizar seus negócios. Parte disso está ligado à melhora do cenário aos olhos dos investidores, explica Marco Dorigon, sócio-fundador da Unio Partners.

“Ciclo de redução da taxa de juros, a estabilidade da inflação, as boas perspectivas de crescimento do PIB, e a reforma tributária; era um movimento já esperado pelo mercado, sobretudo após um período de juro alto. Mas temos visto um começo de ano ainda melhor do que antecipávamos, o que pode indicar um apetite maior para todo o ano”, destaca.

Sinergias nos negócios

Para Carlos Mello, sócio das práticas de societário e M&A e mercado de capitais do Lefosse, movimentos de consolidação ou combinação de empresas de mesmo setor são “absolutamente naturais”, na medida em que representam ganhos de sinergias e mercado relevante importantes. “Naturalmente, transações maiores e de companhias listadas ganham mais atenção, mas a grande maioria de transações de M&A estratégico representam uma sociedade comprando competidores de modo a fortalecer seus negócios”, diz.

A palavra sinergia costuma aparecer muito quando o assunto é M&A. Na prática, refere-se ao valor potencial criado pela união daquelas duas companhias.

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E este é um dos grandes pontos por trás das maiores operações de fusão anunciadas por companhias de capital aberto, como Soma e Arezzo, e Petz e Cobasi. Marco Dorigon, da Unio Partners, explica que a união de dois grandes concorrentes é uma estratégia para ganhar relevância estratégica e comercial em um mercado bastante competitivo, como é o setor de varejo. “A fusão entre empresas similares e do mesmo setor gera uma série de sinergias operacionais e de economias, que, quando colocadas em prática, levam a margens maiores que as empresas tinham originalmente sozinhas. Vimos isso com Soma & Arezzo, e deve se repetir em outras fusões”, afirma.

Relembre as fusões em 2024

A operação de fusão mais recente anunciada por uma empresa de capital aberto é o negócio entre a Petz e a Cobasi, duas companhias de varejo com foco em produtos para animais domésticos. O movimento era aguardado pelo mercado nos últimos meses, desde que os rumores sobre as negociações surgiram no início do ano, mas foi oficialmente confirmado em 19 de abril.

As duas empresas têm o intuito de criar uma gigante que terá R$ 6,9 bilhões de receita bruta, 483 lojas e ao menos 20 marcas. A Petz foi avaliada por R$ 3,3 bilhões, o que representa um múltiplo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de 12%. A nova empresa já nasce com caixa líquido de R$ 200 milhões, uma estrutura de capital que ajuda no cenário atual de juros elevados, de acordo com a VG Research.

O anúncio foi bem recebido por investidores: naquele pregão, a PETZ3 saltou mais de 37%.

Leia mais: Fusão entre Petz (PETZ3) e Cobasi é um bom negócio para o investidor?

Mas essa não foi a primeira grande fusão do mês de abril. Dez dias antes, a 3R Petroleum informou o mercado que assinou um memorando de entendimentos (MOU) que encaminha a fusão dos negócios com a Enauta, outra junior oil da Bolsa. O acordo inclui a participação da Maha Energy Offshore (MAHA-A). Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa explica que a proposta celebrada prevê a incorporação da totalidade das ações da Enauta pela 3R, com os acionistas da Enauta recebendo ações da 3R.

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Se aprovada, na nova estrutura de capital, os acionistas da 3R Petroleum terão 53% da companhia, enquanto os acionistas da Enauta ficam com 47%. A sinergia das duas petroleiras foi avaliada perto de US$ 1,5 bilhão e resultará em uma capacidade de produção atual de cerca de 100 mil barris diários de óleo e de 120 mil barris para 2025, segundo o Broadcast. Entre as junior oils, os números só ficam atrás da Prio (PRIO3).

Leia também: Enauta e 3R: fusão cria oportunidade para fugir da Petrobras (PETR4)?

Mais cedo em 2024, no início de fevereiro, Arezzo e Soma já tinham dado o pontapé nos movimentos de fusão ao anunciarem a combinação dos negócios, que cria uma varejista de faturamento próximo a R$ 12 bilhões. De acordo com o comunicado, os acionistas da Arezzo serão donos de 54% das ações da nova companhia, enquanto os acionistas do Grupo Soma possuirão 46% dos ativos no final da transação.

A sinergia entre as duas companhias foi bem vista por analistas, que, à época, reforçaram as recomendações de compra para ARZZ3 e SOMA3. É hora de comprar as ações?

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Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Agronegócio

Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Agronegócio

Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

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Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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