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Agronegócio

Fusão entre Auren (AURE3) e AES (AESB3): como fica o acionista agora?

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A proposta de incorporação da AES Brasil (AESB3) pela Auren (AURE3) foi anunciada na noite de quarta-feira (15).

A operação para a venda da AES Brasil estava em curso há meses e a Auren, que já tinha 5% da companhia, era apontada como um dos potenciais compradores.

As companhias informaram que a combinação dos negócios ocorrerá por meio da incorporação de ações. Assim, a AES Brasil será uma subsidiária integral da Auren. Com a operação, os investidores da AES terão três opções para converter seus papéis:

A primeira prevê 10% em caixa (pagamento em dinheiro) e 90% em ações (R$ 1,16 mais 0,69x em ativos da Auren por ação da AES);
Na segunda, a condição é de 50% em caixa e 50% em ações (R$ 5,78 mais 0,38 vezes as ações da Auren pelas da AES);
A terceira prevê a dissidência do acionista, com o pagamento de R$ 11,55 por cada ativo.

A Votorantim, controladora da Auren, escolheu a primeira opção e a AES Corporation pela segunda, o que culminará na saída dos norte-americanos do capital da companhia – o E-Investidor já havia antecipado a intenção nesta reportagem.

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Vitor Sousa, analista da Genial, aponta que a fusão é positiva para a AES pelo fato de a medida destravar um prêmio próximo a 18% em relação ao preço de fechamento do dia 15 de maio, se o investidor considerar a terceira proposta. Souza diz acreditar que a base acionária da AES Brasil tem a chance de migrar para um case muito mais interessante. “Os ganhos aos acionistas da AES Brasil não devem se limitar ao prêmio inicial de 18%. Afinal de contas, a nova empresa a ser formada tem uma série de sinergias a serem apropriadas e os demais benefícios da nova empresa que se forma, incluindo dividendos, crescimento, desalavancagem”, afirma.

Já para a Auren, o receio é de impasses e complicação na transação. A Genial comenta que o grupo AES já anunciou o seu interesse em aceitar a terceira opção, com o pagamento de R$ 11,55 por ativo. O especialista ressalta que a maioria dos investidores deve preferir a terceira opção.

Isso porque, para a Genial, as ações da Auren deveriam estar sendo avaliadas acima dos R$ 15,16 para serem atrativas para o investidor da AES. Ou seja, um prêmio de 26% em relação ao preço de fechamento de quarta-feira, acima do prêmio de 18% oferecido pela empresa para quem está na AES.

“Nesse ponto reside o desafio da operação: para que os acionistas da AES aceitem em massa as opções que envolve troca de ações (opção 01 e 02), vão ter que considerar como premissa a Auren tenha um preço justo de R$ 15,16 por ação ante preço de fechamento das ações na noite de hoje, na casa dos R$ 12,03, o que é pouco provável e deve levar os investidores a terceira opção, o que pode pressionar o endividamento da nova empresa a ser formada”, ressalta Sousa.

Arlindo Souza, analista da Levante, concorda que a maioria dos investidores da AES podem aceitar a terceira opção da proposta, que ele considera a mais vantajosa. Sendo assim, a empresa teria que desembolsar um valor muito alto para comprar a companhia, o que também pode reduzir a distribuição de dividendos por parte da Auren. “A empresa deve distribuir apenas o mínimo de dividendos, que deve ficar algo em torno de 25% do lucro líquido. Antes, a Auren distribuía quase todo o valor por que não tinha com o que gastar. Agora, a empresa terá que pagar os investidores da AES, o que deve consumir boa parte dos dividendos que eram pagos aos seus acionistas”, diz o analista.

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Na visão da XP Investimentos, esse problema de alavancagem para pagar os acionistas da AES pode ser uma pressão no curto prazo, mas a fusão será vantajosa para o investidor de médio e longo prazo. “Isso pode ser um ônus no curto prazo até que as sinergias e a própria geração de caixa da companhia resolvam essa questão”, apontam Vladimir Pinto e Maíra Maldonado, que assinam o relatório da XP.

O que fazer com as ações da Auren e AES?

A XP vê o anúncio como positivo e reforça estar reavaliando as estimativas e o preço-alvo para a ação após o anúncio. Até a quarta-feira, a corretora tinha recomendação neutra para as ações da Auren com preço-alvo de R$ 15, alta de 24,69% na comparação com o fechamento de quarta-feira (15), quando a ação encerrou o pregão a R$ 12,03.

Já a Genial tem recomendação de compra para a Auren com preço-alvo de R$ 16, alta de 33% na comparação com o fechamento de quarta-feira.

Ainda que a corretora veja desafios para a empresa fechar a aquisição, Sousa analisa o movimento como positivo, visto que a nova empresa alcançaria uma potência instalada de 8,8 Gigawatt (GW), Ebitda (Lucros antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) de R$ 3,5 bilhões.

A Genial lembra também que a nova companhia terá uma matriz diversificada em fontes hidroelétricas (54%), eólica (36%) e geração solar (10%), se tornando, assim, a 3ª maior geradora privada do Brasil.

A Levante afirmou que também deve mudar suas projeções e estimativas para as ações da Auren após a incorporação. Souza, o analista da casa, comenta que estava com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 13, alta de 8,06% na comparação com o fechamento de quarta-feira.

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Já sobre a AES, ele diz que não vale a pena entrar no ativo. “O papel da AES deve convergir no pregão de hoje para o valor de R$ 11,55. Só vale a pena entrar no papel se o investidor conseguir comprar a ação bem abaixo desse patamar. No entanto, creio que não dará tempo, pois assim que o mercado abrir, a ação deve disparar para R$ 11,55”.

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Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Agronegócio

Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Agronegócio

Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

Leia também

Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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