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Mistério dos FIIs: por que eles contrariam a expectativa, batem a Bolsa e sobem em 2024

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As dúvidas sobre o início do corte de juros nos Estados Unidos e o aumento do risco fiscal no Brasil adicionaram incertezas no mercado sobre até onde a Selic pode cair – as projeções mais recentes indicam 10,25% ao ano. A incerteza tem feito pressão negativa no Ibovespa, que já acumula uma desvalorização de 9% em 2024, mas não em outra renda variável popular entre investidores: os fundos de investimentos imobiliários (FIIs).

O IFIX, índice de referência na Bolsa para os fundos imobiliários, vai na contramão do mercado ao registrar ganhos de 1,82% durante o mesmo período.  O desempenho, no entanto, não significa que a classe de ativos esteja “blindada” das indefinições sobre a taxa de juros.

O estresse de mercado impacta os fundos imobiliários, mas as respostas costumam ser diferentes em comparação às ações listadas em Bolsa. Isso acontece porque, apesar das incertezas sobre o patamar mínimo que a Selic pode chegar, os juros do Brasil já caíram de forma significativa, o que garantiu uma recuperação dos FIIs nos últimos meses. “Tínhamos uma taxa de juros de 13,75% ao ano e que permanece em ritmo de queda. A perspectiva do mercado mudou, mas hoje temos uma Selic de 10,50% ao ano. Ou seja, já caiu 3,25 pontos porcentuais”, ressalta Danny Gampel, sócio e head de crédito estruturado da Cy Capital.

Leia também: Tesouro IPCA+ supera investimento em imóveis nos últimos 10 anos

Atualmente, as expectativas do mercado, segundo o boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (3), apontam para uma Selic a 10,25% no fim de 2024 e 9,18% para o fim de 2025. No início de abril, as projeções eram melhores: o mercado via possibilidade da taxa básica de juros encerrar 2024 a 9,0% ao ano.

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Rafael Giaretta, gestor de fundo imobiliário da AF Invest, aponta outra justificativa para a valorização do IFIX em tempos de estresse econômico. Segundo ele, embora sejam classificados como ativos de renda variável, o mercado imobiliário tem uma característica de maior previsibilidade em relação a outros setores da economia. Além disso, os fundos possuem constância na renda decorrente do pagamento mensal de dividendos, o que contribui para uma menor volatilidade.

“Isso torna os FIIs uma opção atraente para investidores que buscam menor volatilidade e rendimentos mais consistentes”, ressalta Giaretta. O especialista acredita ainda que a incerteza no ambiente econômico com juros nos EUA em patamares elevados por mais tempo e o risco fiscal brasileiro já estão precificados no mercado.

Gestores de FIIs mais vigilantes

A situação do IFIX não inviabiliza a vigilância dos gestores – e também dos cotistas – sobre a qualidade dos ativos que compõem o portfólio dos fundos imobiliários. Com uma perspectiva de Selic em patamares elevados por mais tempo do que o previsto anteriormente, Felipe Martins Passero, CFA e sócio da InvestSmartXP, ressalta que os fundos de papel indexados ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo  (IPCA) e os fundos de tijolos com uma alavancagem superior a 30% são os segmentos que exigem maior atenção em tempos de indefinição dos juros.

Saiba mais: 11 fundos imobiliários que rendem mais que o Tesouro IPCA + 6%

“Estes fundos com dívida precisariam de novas captações de recursos para reduzir o endividamento e equalizar sua estrutura de capital. Caso os juros fiquem altos por mais tempo, essa captação não ocorre”, afirma Passero. Ou seja, os gestores vão precisar usar parte da renda dos aluguéis para o pagamento das dívidas dos fundos, o que implica em redução de dividendos.

Por isso, a tendência é que os gestores fiquem mais atentos à qualidade financeira dos seus ativos para adotar medidas em qualquer sinal de inadimplência ou tornar o portfólio dos fundos mais defensivo. “Exige a construção de um portfólio sólido com ativos em boas localizações que são líquidos. Ou seja, o gestor consegue reduzir a vacância caso decida abaixar o preço da locação”,  afirma Cassiano Jardim, diretor de investimentos da Barzel Properties.

Confira ainda: Fundo imobiliário faz a sua 10ª emissão de cotas para arrecadar mais de R$ 1 bilhão

Momento de estrutura fundos imobiliários

O olhar mais criterioso também se torna indispensável para os gestores que estão estruturando novos fundos. É o caso de Victor Ary, gestor de fundos e sócio da Grifo Asset, que está trabalhando no lançamento de dois fundos imobiliários de desenvolvimento –ou seja, quando o fundo fica responsável pela construção dos imóveis – ainda em 2024. “Estamos selecionando muito bem os nossos ativos para que possam performar mesmo em cenário de incertezas”, explica Ary.

Além disso, ele ressalta que o ritmo de queda da Selic continua mesmo com as indefinições sobre os juros no Brasil e nos Estados Unidos. “Acreditamos que o momento de entrada não fica para depois que os juros já caíram. O momento de iniciarmos os trabalhos (estruturando os produtos) é agora”, ressalta o gestor da Grifo Asset.

Confira ainda: Os 10 FIIs que mais sobem e pagam dividendos em 2024

Em maio, o IFIX encerrou aos 3.381,68 pontos com uma alta de 0,16% no acumulado mensal. O fundo BTG Pactual Agro Logística (BTAL11) e o FII Hotel Maxinvest (HTMX11) foram os que apresentaram as maiores rentabilidades durante o período, com ganhos de 10,30% e de 6,38%, respectivamente.

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Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Agronegócio

Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Agronegócio

Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

Leia também

Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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