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O mito do sucesso: por que ele é a jornada, não o destino

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Há uma parábola sobre um banqueiro de investimentos que encontra um pescador em uma pequena vila costeira. O banqueiro ficou impressionado com a quantidade de peixes que o pescador havia capturado, e ainda mais impressionado ao saber que ele não havia demorado muito para isso. Em vez de continuar pescando para pegar mais peixes, o pescador disse ao banqueiro que passaria o resto do dia bebendo vinho e tocando violão com seus amigos e sua família.

Isso deixou o banqueiro perplexo, que aconselhou o pescador a passar mais tempo pescando. Assim, ele poderia comprar um barco maior, depois uma frota, e eventualmente possuir toda a operação, desde o processamento dos peixes até a distribuição. O pescador se mudaria para uma grande cidade, de onde comandaria seu empreendimento. Eventualmente, ele abriria o capital na bolsa e e ficaria rico. Tudo isso levaria cerca de 20 anos.

“Bem, ok… e depois?”, perguntou o pescador.

“Então vem a melhor parte”, respondeu o banqueiro. “Então você pode passar tempo com sua família, beber vinho e tocar violão com seus amigos.”

Para os empreendedores, o sucesso muitas vezes é definido por certos critérios bem conhecidos – rodadas de financiamento, crescimento da receita, IPOs, etc. Mas, como fundador de uma empresa, posso garantir que a realização não acontece ao atingir uma meta ou número mágico.

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Trabalhar exaustivamente em busca de uma noção distante de “sucesso” é uma receita para o desastre

A seguir, veja como pensar sobre isso de outra forma.

Sucesso Vs. Satisfação

O problema de perseguir uma série interminável de objetivos é que eles nunca serão suficientes. A fundadora da marca Headbands of Hope, Jess Ekstrom, colocou isso muito bem para a Entrepreneur: “Há momentos em que penso que um certo objetivo tangível, como uma aparição na televisão ou um determinado número de vendas, se traduzirá naquela sensação de sucesso, mas nunca acontece”, ela escreve. “Então, um dia eu acordo e percebo que estou sentada em um avião vivendo todos os meus maiores sonhos. Mas na minha cabeça, já estou pensando no próximo voo.”

A perseguição interminável é uma receita para a infelicidade e o esgotamento, ambos comumente algo que aflige os empreendedores. E então vem a depressão: um estudo descobriu que impressionantes 72% dos empreendedores bem-sucedidos sofrem de ansiedade, depressão e outros problemas de saúde mental.

Então, como sair da roda-viva do “nunca é suficiente”? Escrevendo para a Harvard Business Review, Ron Carucci explica que nossos cérebros são programados para nos recompensar quando atingimos nossos objetivos, particularmente na forma do neurotransmissor dopamina. Mas esse prazer é de curta duração, já que nossos cérebros também são programados para alcançar o equilíbrio a partir de estados emocionais extremos.

“Isso nos deixa com um vazio, desejando repetir qualquer experiência que nos trouxe aquele prazer em primeiro lugar,” escreve ele, acrescentando: “Esse ciclo aparentemente viciante desregula completamente nossos parâmetros de ‘suficiência’, impedindo-nos de avaliar objetivamente se o que alcançamos é, de fato, satisfatório.”

A boa notícia é que esses parâmetros podem ser recalibrados aprendendo a ver “sucesso e satisfação como variáveis independentes.” Em vez de contar pontos, observe as contribuições que você fez para o bem maior, as conexões que você formou e as oportunidades que você teve.

Focar na qualidade do trabalho que você está fazendo e na vida que você criou será, em última análise, muito mais satisfatório do que perseguir um número efêmero que sempre pode ser maior.

Mais trabalho não significa mais realização

Todos conhecemos o estereótipo da agenda do fundador de startup: acordar antes dos pássaros cantarem, sem tomar banho, irradiando estresse, cercado por embalagens de delivery – você entendeu a ideia. E claro, há momentos em que a realidade é assim mesmo. Quando eu estava lançando minha empresa, passei mais de algumas noites sem dormir, digitando até o sol nascer. Mas tem de ser assim o tempo todo? De jeito nenhum.

Em um post sobre “opiniões impopulares” no Indie Hackers, vários colaboradores desmentiram o mito de que o objetivo de todo empreendedor é trabalhar até a exaustão em uma busca eterna por “mais.” Mais financiamento, mais usuários, mais imprensa. Mas, para um número crescente deles, é simplesmente suficiente estar contente e confortável.

Dustin Stout, da Magai, por exemplo, compartilhou sua convicção de que o empreendedorismo não precisa ser uma rotina extenuante. “Além da crise ocasional, eu não trabalho depois do jantar e nem aos domingos. Tento manter horários de trabalho saudáveis que não sacrificam meu tempo com a família”, disse ele.

Jay Tan, da Zylvie, teve uma opinião semelhante, escrevendo que seu negócio deveria servir a você, não o contrário: “Faça uma pausa e aprecie as coisas boas da vida, viaje um pouco e se dedique aos seus hobbies. A maioria dos trabalhadores independentes se mata pelo seu negócio e acaba miserável, sem equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Na minha opinião, eles estão completamente perdendo o objetivo do empreendedorismo.”

Essas podem ser categorizadas como “opiniões impopulares”, mas na verdade, estou vendo essa mentalidade surgir em todos os lugares hoje em dia – e isso é uma coisa boa. Você tem uma vida para viver e não sabe o que o amanhã reserva. Trabalhar exaustivamente em busca de uma noção distante de “sucesso” é uma receita para o desastre.

Como sair da “esteira hedônica”

Como qualquer trabalho, você não vai amar cada minuto de ser um empreendedor.

Eu não acho que você precise ser apaixonado pelo seu produto, mas você precisa encontrar satisfação no que está construindo. Justin Kan, cofundador da Twitch e empreendedor em série, compartilhou em uma conversa com o eCorner de Stanford que, para ele, os momentos em que esteve mais feliz em sua carreira são os momentos em que alcançou um estado de fluxo.

“Para mim, houve momentos assim ao construir um produto ou programar – coisas que eu realmente amo fazer,” disse. Para pessoas tentando descobrir por onde começar, Kan aconselha a olhar internamente: “O que é a coisa que te dá alegria de fazer todos os dias? É nisso que eu penso agora… o que eu faria se ninguém me pagasse por isso, se ninguém estivesse assistindo, se fosse apenas para minha própria edificação?”

Kan atingiu todos os marcos estereotipados de sucesso que existem, mas não estava imune a se comparar com os outros, e sentir que havia mais que ele deveria estar alcançando. Ele disse que se livrar disso não veio do fato de que ele finalmente “teve sucesso.”

“Passei por uma série de eventos na vida onde percebi que essa é uma ‘esteira hedônica’, que pode durar para sempre e sempre estarei insatisfeito e talvez a felicidade não venha de coisas externas”, explicou.

Agora, Kan se concentra nos aspectos de sua vida que lhe trazem realização – como trabalhar com pessoas que ele gosta, em projetos que ele aprecia. De fora, parece que ele está fazendo a mesma coisa que sempre fez, mas a diferença está na sua mentalidade.

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Não estou sugerindo que todo empreendedor não precisa ter metas, ou que sua empresa terá sucesso magicamente desde que você aproveite a jornada. O pescador, afinal, precisava pegar uma certa quantidade de peixes antes de poder ir para casa passar tempo com sua família e amigos. Mas a ideia de que o sucesso sempre requer mais é um mito. Às vezes, o suficiente é suficiente.

*Aytekin Tank é colaborador da Forbes US. Especialista em automação, ele é fundador e CEO da Jotform, empresa com mais de 600 funcionários no mundo. Também é autor do best-seller “Automate Your Busywork”

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Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Agronegócio

Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Agronegócio

Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

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Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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