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E se o mercado financeiro fosse o tema do filme ‘Divertida Mente 2’?

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O filme “Divertida Mente 2”, produzido pela Disney (DIS) e pela Pixar, foi lançado na quinta-feira (20) e já caiu no gosto das crianças e adultos, principalmente pela identificação com os personagens. Apesar de se tratar de uma animação infantil, a abordagem do filme pode ser trazida para o mercado financeiro, sobretudo pelo cuidado com as emoções ao investir.

O filme fala sobre os sentimentos humanos, usando personagens chamados de alegria, tristeza, raiva, nojo, medo, ansiedade, inveja, tédio e vergonha para retratar o dia a dia das pessoas. O  E-Investidor preparou uma matéria que relaciona essas emoções aos investimentos e discute seus impactos nas próprias finanças.

Entretanto, vale ressaltar que as analogias não devem ser interpretadas como uma avaliação de valor, positiva ou negativa, de nenhum sentimento ou aplicação, uma vez que todas as emoções têm uma papel em nossa vida, assim como cada investimento tem um função na carteira para a realização dos objetivos pessoais do investidor.

Os 9 “Divertida Mentes” do mercado financeiro

Ansiedade

A reação com o sobe e desce da Bolsa de Valores pode gerar uma certa ansiedade, segundo avaliação de Paula Bazzo, planejadora financeira pela Planejar, já que as oscilações e volatilidades do mercado podem ser estressantes para investidores que monitoram constantemente ou esperam resultados imediatos. “Essa ansiedade pode ser mitigada com uma estratégia bem definida e uma visão de longo prazo, permitindo aproveitar o potencial de grandes retornos que as ações oferecem”, afirma Bazzo.

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Já para Cíntia Senna, educadora financeira da DSOP, a ansiedade está associada = em acompanhar os resultados fazem parte do aprendizado. “Esse momento acaba auxiliando no desenvolvimento para avançar para novos produtos financeiros”, explica a educadora.

Tristeza

O que para uns é ansiedade, para outros é tristeza. Paula Bazzo não hesitou em associar o sentimento ao Tesouro Direto, já que o processo – que pode ser monótono da renda fixa – tende a gerar uma sensação de desgosto pela aparente falta de acontecimentos.

O dólar também vai na contramão da alegria, uma vez que o contexto atual de investimento da moeda está envolto de angústia e aflição em relação a cotação que temos desde a pandemia. “Cada vez mais, a perda do poder de compra de maneira global tem sido registrada de maneira intensa”, avalia Senna.

Raiva

A moeda estrangeira também pode gerar o sentimento de raiva em alguns investidores devido à dificuldade que eles enfrentam ao tentar prever as flutuações cambiais. “As variações no câmbio podem ser frustrantes e desafiadoras, exigindo um bom conhecimento do mercado internacional e das políticas econômicas”, comenta Bazzo.

O mesmo vale para as ações da Bolsa, uma vez que elas podem facilmente sair do planejamento e não terem resultados conforme o esperado.

Tédio

Um dos novos sentimentos apresentados no segundo filme da Disney e da Pixar é o tédio. No mercado financeiro, a emoção pode ser caracterizada pelos fundos imobiliários, por exemplo, pois geralmente não demandam atenção constante dos investidores com sua renda passiva mais estável através dos proventos. “É importante, entretanto, não subestimar o risco desses investimentos. O tédio pode levar a uma desconexão da realidade, por isso é essencial revisar regularmente a carteira de fundos imobiliários para garantir sua saúde a longo prazo”, afirma Bazzo, da Planejar.

Outro vencedor do tédio é a velha (porém, ainda muito utilizada) poupança. Para quem começa a investir, parece um grande passo na direção dos investimentos. Contudo, com tempo e experiência, o baixo rendimento possibilitado pela caderneta da poupança pode entediar os investidores com maior apetite por riscos.

Nojo

O nojo poderia ser associado ao bitcoin, por ser um produto financeiro ainda desconhecido para muitos investidores. “As pessoas costumam ver o bitcoin com bastante desconfiança, além de haver, de fato, uma falta de regulamentação. Assim, existe a percepção de algo que não é, exatamente, ‘limpo’.”, diz Bazzo. Entretanto, a planejadora financeira ressalta que o bitcoin pode oferecer uma estratégia interessante para aqueles que estão dispostos a assumir riscos e têm uma visão de longo prazo sobre as tendências e formas de consumo do dinheiro no futuro.

Vergonha

A criptomoeda também pode ser relacionada à vergonha, segundo a avaliação de Cíntia, da DSOP, “Por ser algo mais novo no universo dos investimentos, a falta do entendimento sobre o funcionamento do bitcoin, e principalmente por sair do que chamamos de normas sociais, pode gerar receio para aqueles que têm ou desejam ter”, afirma a educadora.

Medo

Outra emoção recém-inaugurada no filme “Divertida Mente 2” é o medo. No mercado financeiro, esse sentimento pode estar ligado aos imóveis por conferirem uma forma segura de se manter o patrimônio em tempos de incerteza econômica, segundo a avaliação de Paula Bazzo. “Embora isso nem sempre seja verdade. Muitas vezes, as pessoas investem em imóveis devido ao medo de outros tipos de investimentos”, ressalta.

Já para Cíntia, essa insegurança está associada aos produtos financeiros derivativos (opções, futuro, swap). “Um produto que deriva de outros, e que geralmente pode trazer grandes ganhos ou perdas, principalmente para quem não respeita o alerta da autopreservação para escapar de situações que podem causar grandes prejuízos, deveria ser uma das últimas categorias para se utilizar, com foco mais em proteção do que em alavancagem”, avalia a educadora.

Inveja

Os derivativos também são um potencial instrumento para incitar inveja, na avaliação de Paula, uma vez que seus altos lucros ou pequenas perdas podem despertar esse sentimento ácido nos outros investidores. “A inveja surge tanto do lado positivo quanto do negativo: por um lado, inveja daqueles que compreendem e lucram com investimentos complexos; por outro, inveja daqueles que sofreram perdas significativas devido a derivativos”, avalia a planejadora.

Alegria

“A alegria é o resultado de uma carteira de investimentos bem equilibrada, que respeita a tolerância ao risco e o momento de vida de cada investidor”, afirma Paula. Segundo ela, usando cada produto financeiro de acordo com sua função, nenhuma das emoções pode se sobressair de forma negativa.

Como as emoções influenciam os investimentos

Tanto no primeiro filme de “Divertida Mente”, quanto no segundo, a animação conta sobre o crescimento de Riley e como o contexto social de sua vida influencia suas escolhas.

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De acordo com Ana Paula Hornos, psicóloga clínica e educadora financeira, o mesmo processo de autoconhecimento ocorre com as pessoas no mundo real na hora de investir. “As experiências desde a infância moldam o perfil de um adulto, e claro que de um adulto investidor, refletindo a modelagem comportamental dos pais, a educação financeira recebida, o ambiente socioeconômico e as experiências de vida marcantes, como crises financeiras ou sucessos precoces”, afirma a também colunista do E-Investidor.

Segundo ela, as emoções são determinantes para se ter saúde financeira, uma vez que o estresse emocional pode prejudicar a capacidade de tomar decisões racionais, resultando em ações impulsivas ou baseadas em reações momentâneas em vez de estratégias de longo prazo bem pensadas.

Usando as emoções ao seu favor

A psicóloga explica que a regulação emocional e a manutenção de uma abordagem disciplinada são essenciais para mitigar os efeitos negativos das emoções nas decisões de investimento. “Técnicas e conhecimentos como educação financeira aumentam a assertividade racional, enquanto planejamento e definição de metas claras ajudam a manter o foco no longo prazo. Diversificação reduz riscos e automatizar investimentos pode evitar decisões impulsivas. Práticas de regulação emocional como mindfulness e meditação ajudam a gerenciar o estresse. Consultoria profissional oferece uma perspectiva objetiva, e a análise retrospectiva de decisões passadas aumenta a autoconsciência. Manter um diário de investimentos pode identificar padrões de comportamento, promovendo decisões mais racionais e bem-sucedidas”, explica Ana Paula.

Além disso, o autoconhecimento é importante para compreender os limites que o perfil do investidor pode alcançar. “O autoconhecimento é crucial para manter uma carteira de investimentos sólida, pois permite que os investidores reconheçam e gerenciem suas reações emocionais e comportamentos diante das flutuações do mercado”, afirma Ana Paula.

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Dólar alto: veja dicas para que as férias de julho no exterior não pesem tanto no seu bolso

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As férias de julho já começaram para muita gente. Aos que estão com viagem ao exterior programada, a alta do dólar parece ser uma pedra no caminho. É comum ouvir que quem converte não se diverte, mas especialistas ouvidos pelo E-Investidor destacam que, sim, é possível ter gastos menos elevados e controlados com algumas dicas — seja para quem já está com as passagens em mãos ou está planejando viajar nas férias do final de ano.

Segundo um levantamento da Decolar, apesar do cenário econômico brasileiro não estar dos mais tranquilos e promissores, as buscas por viagens nacionais e internacionais para as férias de julho não caíram. Muito pelo contrário. “As buscas por viagens para as férias de julho seguem crescendo. Registramos aumento de 107% na busca por pacotes, em comparação ao mesmo período de 2023”, diz Renata Araujo, diretora de Produtos em Destino da Decolar.

Férias de julho: 6 dicas para viajar gastando pouco

Em relação ao turismo doméstico, o levantamento não surpreendeu ao mostrar destinos do Nordeste, como Recife (PE), Maceió (AL) e Porto Seguro (BA), no topo das pesquisas. Olhando para fora, Orlando, cidade da Flórida (Estados Unidos) que é ideal para viagens em família por abrigar os principais parques temáticos do mundo — estão lá Disney, Universal e SeaWorld, entre outros — aparece atrás de dois destinos da Argentina e um do Chile. Confira, abaixo, os destinos internacionais mais buscados para as férias de julho.

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E essa preferência pelos destinos latino-americanos tem sido apontada justamente em função da alta da moeda americana, que já chegou a ultrapassar a barreira dos R$ 5,50, enquanto o real está mais valorizado que o câmbio dos nossos países vizinhos. No entanto, as viagens internacionais costumam ser planejadas com meses de antecedência e pode ser que quem iniciou os preparativos no final do ano passado, quando o dólar estava abaixo dos R$ 5, esteja preocupado com os valores que serão desembolsados durante as férias.

A educadora financeira Aline Soaper lembra que, para quem está com as passagens e hospedagem em mãos, vale reavaliar o planejamento dos passeios, restaurantes e compras para ficar dentro do orçamento. “Para gastar menos com taxas, o ideal é usar dinheiro em espécie, cartão de conta global ou cartão pré-pago”, sugere.

Viajar com dinheiro em espécie ou cartão de crédito?

Para Carlos Eduardo de Andrade, diretor executivo de Câmbio do Banco BS2, de todas os métodos de pagamento a se adotar em uma viagem internacional — seja para os EUA ou Europa, cujas moedas estão mais valorizadas que a nossa —, a escolha menos vantajosa é o dinheiro em espécie. “Naturalmente é mais caro, devido ao custo da sua operação. Além de ser mais arriscado: se você perder a sua carteira ou tê-la roubada por algum ‘pick pocket’, corre o risco de ficar sem recursos durante a viagem. Talvez seja possível economizar com a moeda em espécie em relação ao cartão de crédito, mas será um gasto menor que não compensa o risco”, explica.

No entanto, é preciso lembrar que se de um lado a moeda em espécie pode apresentar um custo elevado assim que ela é adquirida, no caso do cartão de crédito os gastos serão embutidos ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Embora o governo trabalhe para zerar esse tributo até 2028, neste ano a sua alíquota está em 4,38% sobre as compras internacionais com o cartão. E é justamente esse percentual que faz muito viajante torcer o nariz para o cartão de crédito.

Quanto custa viajar para o Chile? Veja os valores em um roteiro de 4 dias em Santiago

Apesar disso, Marcelo Scarpa, diretor executivo do Digio, banco digital que pertence ao Bradesco, esclarece que o IOF é um tributo do governo e que não é destinado à instituição financeira. “Só haverá juros do banco sobre o cartão de crédito se a fatura não for paga em dia ou houver o parcelamento dela”, afirma. Isso significa que, se a compra em si foi parcelada, não há encargos bancários sobre o valor. Porém, se o valor total da fatura não for pago, incidirão os juros.

“Há uma série de benefícios ao usar o cartão de crédito nas viagens internacionais. Caso haja algum tipo de fraude, é possível contestar o valor junto ao banco e às bandeiras [marca das empresas responsáveis pelas transações]. Os cartões ainda podem contar com programas de recompensa, como cashbacks e acúmulo de pontos”, explica Scarpa.

O executivo acrescenta que, seja qual for o destino e moeda local, todas as transações são ancoradas no dólar. Por um lado, isso facilita porque as duas principais bandeiras presentes no Brasil, Mastercard e Visa, têm uma boa aceitação na maioria dos países. Por outro, haverá a incidência da taxa de câmbio devido à conversão de uma moeda para outra. “Por exemplo, você está em um restaurante no México e tudo custou 100 pesos mexicanos. O cartão de crédito vai fazer a relação desse valor em peso mexicano para o dólar e cobrar por essa transação.”

Cartão de crédito ou conta internacional?

Outras modalidades que podem facilitar para quem vai fazer uma viagem internacional são os cartões pré-pagos e contas internacionais. No primeiro caso, que já chegou a ser a principal escolha dos viajantes, ocorre a cobrança do IOF quando o cartão for carregado.

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Mas alguns bancos oferecem aos seus clientes a possibilidade de abrirem uma conta internacional, em que é possível fazer as transferências em real e convertê-la na moeda desejada. As taxas de uso podem variar, conforme a instituição financeira, sendo que algumas são isentas para os clientes.

No caso do Banco BS2, é oferecida uma função multimoeda que, além do dólar americano, permite que os aportes feitos em real sejam convertidos para euro, libra, dólar canadense e australiano. “Assim como é possível comprar a passagem aérea e a hospedagem parceladas, dá para ir depositando e convertendo aos poucos a moeda que será usada no destino”, explica Carlos Eduardo de Andrade, diretor executivo de Câmbio.

“E se o viajante estiver em Paris, gastando em euro, e resolver ir para Londres, em que a libra é a moeda, basta apenas ele converter o saldo que tem para o câmbio desejado. E se no meio das férias a família perceber que precisa de mais dinheiro para a viagem, basta transferir mais recursos para a conta e fazer a conversão para a moeda desejada”, completa Andrade.

Vale a pena escolher o destino internacional pelo câmbio?

Embora os nossos vizinhos latinos estejam no topo das buscas para as viagens internacionais, escolher um destino cuja moeda está mais barata que a brasileira não é sinônimo de economia. “É importante avaliar o perfil de viagem, porque em viagens de luxo, mesmo em países com moeda mais fraca pode sair mais cara. O segredo para economizar será o planejamento” aponta Aline Soaper, educadora financeira.

Já Carlos Eduardo de Andrade, do Banco BS2, lembra que nem todo país que tem uma moeda “fraca” é sinônimo de custos baixos. Ele dá como exemplo o Japão, que a cada US$ 1 representa cerca de 160 ienes japoneses. “No entanto, o Japão é um dos países mais caros do mundo para viajar. O que acontece é que o valor expresso na moeda não é tão relevante em relação a quanto daquele dinheiro você precisa para comprar naquele país.”

Não por acaso, muitos usam o Índice Big Mac para fazer a estimativa da diferença entre o poder de compra em diferentes localidades do mundo. Isso porque ele compara o preço do famoso lanche de fast food de um determinado país com o valor dele em dólar americano. Dessa forma, é possível analisar a valorização de cada moeda: quanto mais barato o produto estiver, mais desvalorizada a divisa está em relação à moeda americano e menor é o custo das despesas locais.

Qual país tem o Big Mac mais caro do mundo? Veja a posição do Brasil

E para quem vai viajar para algum dos destinos internacionais mais buscados, conforme a pesquisa da Decolar, o E-Investidor levantou o preço do Big Mac nesses países (tabela abaixo). Vale lembrar que, em média, o lanche custa R$ 23,90 no Brasil.

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Dólar alto: veja dicas para que as férias de julho no exterior não pesem tanto no seu bolso

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As férias de julho já começaram para muita gente. Aos que estão com viagem ao exterior programada, a alta do dólar parece ser uma pedra no caminho. É comum ouvir que quem converte não se diverte, mas especialistas ouvidos pelo E-Investidor destacam que, sim, é possível ter gastos menos elevados e controlados com algumas dicas — seja para quem já está com as passagens em mãos ou está planejando viajar nas férias do final de ano.

Segundo um levantamento da Decolar, apesar do cenário econômico brasileiro não estar dos mais tranquilos e promissores, as buscas por viagens nacionais e internacionais para as férias de julho não caíram. Muito pelo contrário. “As buscas por viagens para as férias de julho seguem crescendo. Registramos aumento de 107% na busca por pacotes, em comparação ao mesmo período de 2023”, diz Renata Araujo, diretora de Produtos em Destino da Decolar.

Férias de julho: 6 dicas para viajar gastando pouco

Em relação ao turismo doméstico, o levantamento não surpreendeu ao mostrar destinos do Nordeste, como Recife (PE), Maceió (AL) e Porto Seguro (BA), no topo das pesquisas. Olhando para fora, Orlando, cidade da Flórida (Estados Unidos) que é ideal para viagens em família por abrigar os principais parques temáticos do mundo — estão lá Disney, Universal e SeaWorld, entre outros — aparece atrás de dois destinos da Argentina e um do Chile. Confira, abaixo, os destinos internacionais mais buscados para as férias de julho.

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E essa preferência pelos destinos latino-americanos tem sido apontada justamente em função da alta da moeda americana, que já chegou a ultrapassar a barreira dos R$ 5,50, enquanto o real está mais valorizado que o câmbio dos nossos países vizinhos. No entanto, as viagens internacionais costumam ser planejadas com meses de antecedência e pode ser que quem iniciou os preparativos no final do ano passado, quando o dólar estava abaixo dos R$ 5, esteja preocupado com os valores que serão desembolsados durante as férias.

A educadora financeira Aline Soaper lembra que, para quem está com as passagens e hospedagem em mãos, vale reavaliar o planejamento dos passeios, restaurantes e compras para ficar dentro do orçamento. “Para gastar menos com taxas, o ideal é usar dinheiro em espécie, cartão de conta global ou cartão pré-pago”, sugere.

Viajar com dinheiro em espécie ou cartão de crédito?

Para Carlos Eduardo de Andrade, diretor executivo de Câmbio do Banco BS2, de todas os métodos de pagamento a se adotar em uma viagem internacional — seja para os EUA ou Europa, cujas moedas estão mais valorizadas que a nossa —, a escolha menos vantajosa é o dinheiro em espécie. “Naturalmente é mais caro, devido ao custo da sua operação. Além de ser mais arriscado: se você perder a sua carteira ou tê-la roubada por algum ‘pick pocket’, corre o risco de ficar sem recursos durante a viagem. Talvez seja possível economizar com a moeda em espécie em relação ao cartão de crédito, mas será um gasto menor que não compensa o risco”, explica.

No entanto, é preciso lembrar que se de um lado a moeda em espécie pode apresentar um custo elevado assim que ela é adquirida, no caso do cartão de crédito os gastos serão embutidos ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Embora o governo trabalhe para zerar esse tributo até 2028, neste ano a sua alíquota está em 4,38% sobre as compras internacionais com o cartão. E é justamente esse percentual que faz muito viajante torcer o nariz para o cartão de crédito.

Quanto custa viajar para o Chile? Veja os valores em um roteiro de 4 dias em Santiago

Apesar disso, Marcelo Scarpa, diretor executivo do Digio, banco digital que pertence ao Bradesco, esclarece que o IOF é um tributo do governo e que não é destinado à instituição financeira. “Só haverá juros do banco sobre o cartão de crédito se a fatura não for paga em dia ou houver o parcelamento dela”, afirma. Isso significa que, se a compra em si foi parcelada, não há encargos bancários sobre o valor. Porém, se o valor total da fatura não for pago, incidirão os juros.

“Há uma série de benefícios ao usar o cartão de crédito nas viagens internacionais. Caso haja algum tipo de fraude, é possível contestar o valor junto ao banco e às bandeiras [marca das empresas responsáveis pelas transações]. Os cartões ainda podem contar com programas de recompensa, como cashbacks e acúmulo de pontos”, explica Scarpa.

O executivo acrescenta que, seja qual for o destino e moeda local, todas as transações são ancoradas no dólar. Por um lado, isso facilita porque as duas principais bandeiras presentes no Brasil, Mastercard e Visa, têm uma boa aceitação na maioria dos países. Por outro, haverá a incidência da taxa de câmbio devido à conversão de uma moeda para outra. “Por exemplo, você está em um restaurante no México e tudo custou 100 pesos mexicanos. O cartão de crédito vai fazer a relação desse valor em peso mexicano para o dólar e cobrar por essa transação.”

Cartão de crédito ou conta internacional?

Outras modalidades que podem facilitar para quem vai fazer uma viagem internacional são os cartões pré-pagos e contas internacionais. No primeiro caso, que já chegou a ser a principal escolha dos viajantes, ocorre a cobrança do IOF quando o cartão for carregado.

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Mas alguns bancos oferecem aos seus clientes a possibilidade de abrirem uma conta internacional, em que é possível fazer as transferências em real e convertê-la na moeda desejada. As taxas de uso podem variar, conforme a instituição financeira, sendo que algumas são isentas para os clientes.

No caso do Banco BS2, é oferecida uma função multimoeda que, além do dólar americano, permite que os aportes feitos em real sejam convertidos para euro, libra, dólar canadense e australiano. “Assim como é possível comprar a passagem aérea e a hospedagem parceladas, dá para ir depositando e convertendo aos poucos a moeda que será usada no destino”, explica Carlos Eduardo de Andrade, diretor executivo de Câmbio.

“E se o viajante estiver em Paris, gastando em euro, e resolver ir para Londres, em que a libra é a moeda, basta apenas ele converter o saldo que tem para o câmbio desejado. E se no meio das férias a família perceber que precisa de mais dinheiro para a viagem, basta transferir mais recursos para a conta e fazer a conversão para a moeda desejada”, completa Andrade.

Vale a pena escolher o destino internacional pelo câmbio?

Embora os nossos vizinhos latinos estejam no topo das buscas para as viagens internacionais, escolher um destino cuja moeda está mais barata que a brasileira não é sinônimo de economia. “É importante avaliar o perfil de viagem, porque em viagens de luxo, mesmo em países com moeda mais fraca pode sair mais cara. O segredo para economizar será o planejamento” aponta Aline Soaper, educadora financeira.

Já Carlos Eduardo de Andrade, do Banco BS2, lembra que nem todo país que tem uma moeda “fraca” é sinônimo de custos baixos. Ele dá como exemplo o Japão, que a cada US$ 1 representa cerca de 160 ienes japoneses. “No entanto, o Japão é um dos países mais caros do mundo para viajar. O que acontece é que o valor expresso na moeda não é tão relevante em relação a quanto daquele dinheiro você precisa para comprar naquele país.”

Não por acaso, muitos usam o Índice Big Mac para fazer a estimativa da diferença entre o poder de compra em diferentes localidades do mundo. Isso porque ele compara o preço do famoso lanche de fast food de um determinado país com o valor dele em dólar americano. Dessa forma, é possível analisar a valorização de cada moeda: quanto mais barato o produto estiver, mais desvalorizada a divisa está em relação à moeda americano e menor é o custo das despesas locais.

Qual país tem o Big Mac mais caro do mundo? Veja a posição do Brasil

E para quem vai viajar para algum dos destinos internacionais mais buscados, conforme a pesquisa da Decolar, o E-Investidor levantou o preço do Big Mac nesses países (tabela abaixo). Vale lembrar que, em média, o lanche custa R$ 23,90 no Brasil.

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Citi retoma cobertura da Eletromídia (ELMD3) e prevê valorização de 39% das ações

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O Citi retomou cobertura de Eletromídia (ELMD3) com recomendação de compra (embora de alto risco) e preço-alvo de R$ 25, o que corresponde a um potencial de valorização de 39% sobre o fechamento de quinta-feira (4). O banco vê como positivo o equilíbrio entre crescimento e lucratividade oferecido pela empresa.

Em relatório, os analistas Maria Guedes e Gabriel Gusan observam que a empresa pode se beneficiar da expansão da base instalada, combinada com a maturação dos painéis existentes. “Vemos espaço para um crescimento de receita de 20% em 2024, o que deve amortecer a pressão de curto prazo nos gastos operacionais devido a investimentos em iniciativas de crescimento em estágio inicial e ajudar a manter as margens pelo menos estáveis ano a ano”, resumem os analistas.

As estimativas de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) para 2024 e 2025 estão em R$ 429 milhões e R$ 518 milhões, respectivamente, com uma previsão de R$ 217 milhões de lucro líquido ajustado para este ano e de R$ 304 milhões para o ano que vem. Ao final do relatório, o Citi diz que vê as ações da Eletromídia sendo negociadas a um múltiplo de 16 vezes o relação entre preço e lucro (P/L) em 2024, ainda com um desconto em relação aos pares globais.

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