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Chega de renda fixa: como driblar a volatilidade e elevar os lucros na carteira

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A renda fixa voltou a invadir a carteira dos investidores brasileiros no primeiro semestre de 2024 em meio a um cenário de abertura da curva de juros, quedas na Bolsa, disparada do dólar e aversão a risco. Com retornos elevados em ativos de baixo risco, com liquidez e, em alguns casos, isentos de Imposto de Renda, investimentos em renda variável têm ficado de fora das preferências. Mas isso não significa que não existam boas oportunidades no mercado hoje.

Os investimentos de renda fixa têm, sim, motivos para terem voltado a dominar os portfólios de investimentos. Como mostramos com detalhes nesta reportagem, o atual nível de retorno dos títulos públicos apresenta uma oportunidade rara de investimento. As taxas do Tesouro só superaram os atuais IPCA + 6,5% em 7,7% dos pregões nos últimos 14 anos.

Leia mais: Ibovespa em queda, dólar em alta: gestoras revelam estratégias para os próximos meses

“É um momento oportuno, pois a parcela de juros reais estão altas comparadas com o histórico de taxas no Brasil. Quem entrar nesses patamares tem a possibilidade de carregar esse nível de preços por 5 ou 6 anos na carteira e ainda manter o poder de compra ao longo do tempo”, destaca Simone Albertoni, especialista em Renda Fixa na Ágora Investimentos.

Um título público indexado ao IPCA com um juro real acima de 6% ao ano praticamente dobra o valor do investimento em cerca de 20 anos; um ótimo “atalho” para conquistar o primeiro R$ 1 milhão ou juntar uma reserva para a aposentadoria. Mas essa combinação de alto retorno com risco mais baixo não precisa significar, necessariamente, que a renda fixa é a única oportunidade do momento. Pelo contrário. Para aqueles investidores com um grau de tolerância – e paciência – maior, esta pode ser uma janela para garimpar bons ativos na renda variável e conseguir lucros maiores no longo prazo.

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Jaqueline Kist, especialista em mercado de capitais e sócia da Matriz Capital, explica que os mesmos fatores macroeconômicos que elevou os retornos da renda fixa também abriu novas oportunidades de alocação na renda variável a preços mais baixos. “Ao mesmo tempo em que a crise de credibilidade do real estressou a curva de juros, levantando oportunidades como IPCA + 6% nos títulos públicos, por exemplo, o movimento do capital em direção a essas taxas derrubou as cotações de ativos de risco no Brasil, abrindo muitas janelas de oportunidade com retorno potencial muito acima dos ganhos possíveis na renda fixa”, diz. “Especialmente em momentos como esses, vemos mais de uma classe de ativos estressada. Portanto, abrindo janelas interessantes de oportunidade.”

Além da renda fixa: como diversificar os investimentos

A diversificação dos investimentos é uma estratégia recomendada por especialistas, mas que ganha ainda mais peso em momentos de instabilidade no mercado. Na prática, significa que o investidor deve aportar recursos em diferentes classes de ativos, como uma forma de minimizar os riscos e conseguir segurar um retorno consistente de longo prazo mesmo com as mudanças de ciclos econômicos. O famoso ditado de não colocar todos os ovos na mesma cesta.

A estratégia precisa seguir o perfil de risco de cada um, mas, no limite, serve para todos os tipos de investidores. E essa pode ser a chave do momento: diversificar o portfólio para aproveitar a boa janela da renda fixa, mas sem fechar os olhos para outras possíveis oportunidades.

Oportunidades de ouro na Bolsa: corretoras apontam as melhores ações do 2º semestre

“No atual cenário, é importante ter uma boa diversificação de ativos além da renda fixa, frente à janela de preços dos ativos em Bolsa e dos FIIs, principalmente para aqueles que aceitam correr mais riscos de volatilidade de preços no curto prazo e que, principalmente, disponham dos recursos por mais tempo, sem necessidade de liquidez no curto prazo”, explica Moisés Jardim, sócio e diretor de Risco e Compliance da Fundamenta Investimentos. Mas como conciliar as duas estratégias na carteira?

Mantendo um certo nível de caixa para poder aproveitar as oportunidades quando elas surgirem, sugere Vinícius Rodrigues, especialista em Investimentos CEA do Grupo Fractal. Ele reconhece que, assim como existem empresas de qualidade sendo negociadas a preços atrativos na Bolsa, há anos os títulos públicos não pagavam retornos tão elevados. “A diversificação das carteiras é o melhor caminho para reduzir a volatilidade e obter os melhores resultados no médio e no longo prazos. Por isso, vá sempre mantendo uma parte em caixa para aproveitar esses momentos de oportunidade. É a máxima das finanças: ‘cash is king‘ (O caixa é o rei, em inglês)”, diz.

Como escolher os investimentos

O entendimento geral é de que, para aquele investidor com apetite a risco, há sim boas oportunidades. Mas é preciso selecionar bem. Quando o assunto envolve ações, há muitos nomes apresentando resultados e lucros acima das estimativas de analistas. Por outro lado, aqueles mais alavancados podem seguir pressionados em meio à recente mudança nas projeções para a taxa de juros no País – um alerta que também vale para alguns fundos imobiliários, por exemplo.

“Empresas muito alavancadas tem sua projeção de custo de dívida elevado com uma perspectiva de Selic mais alta, impactando diretamente nos resultados esperados. Da mesma forma, a questão da alavancagem é um ponto sensível a ser observado no mercado de FIIs, especialmente nos ligados à dívida imobiliária e do agronegócio (os fundos de papéis)”, destaca Jaqueline Kist, da Matriz Capital.

Confira também: Por que o “IPCA+6%” está fazendo investidores perderem dinheiro

Para Jansen Costa, sócio da Fatorial Investimentos, a renda variável faz mais sentido para aqueles com um horizonte de investimento de longo prazo. No curto prazo, bater o CDI pode ser uma tarefa difícil, ao menos até que o ciclo de queda de juros seja retomado.

Por causa disso, a preferência do especialista fica com ativos mais resilientes, aqueles que costumam ter um desempenho melhor independentemente do cenário. “Segmentos de Bolsa que se tornam bastante atrativos são bancos, seguradoras, empresas do setor elétrico e exportadoras de commodities. Em relação aos FIIs, há aqueles que estão localizados em boas regiões, fundos logísticos perto de grandes centros, alguns prédios e alguns galpões. Dá para garimpar esses ativos.”

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No ajuste da virada do semestre, depois de uma queda semestral de mais de 7% no Ibovespa e de uma alta modesta de apenas 1,08% no IFIX, as casas e corretoras de investimento estão começando a montar as carteiras para os últimos seis meses de 2024. A Nord Investimentos, por exemplo, selecionou sete ações que podem trazer bons retornos ao investidor; veja a seleção completa aqui. Também separamos as principais recomendações de FIIs nesta outra reportagem. São exemplos de que as oportunidades vão além da renda fixa.

Continue lendo: Você acha IPCA + 6% pouco? Especialistas indicam o “dólar + 5%”

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Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Agronegócio

Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

Leia também

Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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