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Fundos Imobiliários: saiba o que esperar para o segundo semestre

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Os investidores em Fundos de Investimento Imobiliário (FII) vêm enfrentando períodos voláteis . Depois da rentabilidade excepcional de 15,5% em 2023, que decorreu em grande parte de uma forte alta do Índice de Fundos Imobiliários da B3 em dezembro, no acumulado dos seis primeiros meses deste ano, o Ifix acumula ligeiro avanço de 1,12%. No entanto, o mês de junho fechou em queda de 1,04%, refletindo a desconfiança recente do mercado em relação à velocidade da redução da taxa básica de juros e a possibilidade de taxação dos FIIs, que são alvo do grupo de trabalho da reforma tributária.

Nos dois anos anteriores, o Ifix apresentou uma perda nominal. Em um primeiro momento, o cenário parecia ser diferente em 2024, já que após algum tempo de sofrimento para a categoria, que não se beneficiou da alta dos juros básicos brasileiros, a popularidade dos FIIs voltou a crescer. De acordo com dados recentes da B3, a bolsa brasileira já conta com 2,6 milhões de pessoas físicas nessa categoria, sendo que os investidores individuais representam uma fatia significativa, com 75,2% do total.

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A queda da Selic tornou o investimento em ativos imobiliários mais acessível. Assim, ao mesmo tempo em que a queda da taxa de juros torna os investimentos em renda fixa menos atrativos, isso acaba direcionando a atenção dos investidores para os FIIs. Para esclarecer suas dúvidas, Forbes conversou com alguns especialistas sobre qual é a perspectiva do cenário de fundos imobiliários para a segunda metade de 2024.

Contexto incerto

Para os próximos seis meses, a principal incerteza gira em torno da condução da taxa Selic e de quem estará no comando do Banco Central a partir de 2025. Atualmente, o juro básico brasileiro está em 10,50%, após a autoridade monetária interromper o ciclo de cortes na reunião de junho, vindo de um ritmo mais lento de queda em maio.

De acordo com Gabriel Meira, sócio da Valor Investimentos, o custo de aquisição do imóvel diminui com uma taxa básica de juros mais baixa. “Os fundos imobiliários são basicamente inversamente proporcionais à taxa de juros, então devido à desaceleração dos cortes da Selic, temos uma abertura de curva de juros menos atrativa”, afirma.

Para Carlos Malagoni, especialista em gestão de ativos imobiliários da Davila Finance, a mudança na presidência do BC a partir do início de 2025 pode trazer novas expectativas para o cenário econômico nacional. “Caso ocorra redução dos juros, espera-se que os FII sejam beneficiados, já que a queda nas taxas tende a valorizar os ativos imobiliários e aumentar a atratividade desses fundos”, diz.
Já no cenário atual, quem se beneficia são os fundos de papel, avalia Fernando Felipe, especialista da Veedha Investimentos em fundos imobiliários. “Esses fundos pagam entre 12% até 14% ao ano, dependendo do nível de risco”, diz. O fator que vai fazer o mercado ter uma boa valorização da cota é o corte de juros, já que aumenta a atratividade dos fundos imobiliários. “Se a taxa Selic permanecer como está na segunda metade do ano, esperamos que os fundos permaneçam estáveis, sem grandes oscilações positivas ou negativas”, afirma Felipe.

Outro fator apontado por Ricardo Matte, gestor de negócios e CEO da Vincit Capital, é o superávit comercial do Brasil, que alcançou a marca de US$ 95 bilhões (R$ 517,04 bilhões) nos últimos 12 meses.”Essa alta pode ter efeitos positivos no setor imobiliário, dado o impulso na economia que geralmente acompanha um superávit comercial robusto”, afirma. No entanto, a conta corrente apresentou um déficit de 1,1% do PIB, uma posição que historicamente tem sido considerada confortável, porém impõe maior pressão sobre o balanço de pagamentos. “Segundo os analistas econômicos, o PIB real deve crescer cerca de 2,5% neste ano, impulsionado pela expansão do consumo das famílias”, diz Matte.

Para os FIIs, isso significa uma demanda por imóveis comerciais e residenciais, o que pode beneficiar os fundos que investem em lajes corporativas, shoppings e imóveis residenciais. “Do ponto de vista fiscal, o déficit primário acumulado foi de R$ 280 bilhões nos últimos 12 meses, um número elevado, mas que inclui despesas excepcionais que devem desaparecer do cálculo ao final deste ano. Excluindo essas despesas, o déficit primário projetado é de R$88 bilhões, o que representa 0,8% do PIB”, afirma o executivo. Este cenário fiscal pode criar uma margem de manobra para políticas econômicas que potencialmente afetam o mercado imobiliário e, por extensão, os FIIs. “Para o próximo semestre, apesar do sentimento otimista por parte de alguns investidores, o cenário para os FIIs é misto. O crescimento econômico e a expansão dos investimentos são positivos, mas os desafios fiscais e a inflação precisam ser monitorados”, diz Matte.

Outro ponto de interrogação surgiu recentemente. Isso porque entrou na pauta de discussão do grupo de trabalho da reforma tributária a mudança de regras para os FIIs e Fiagros. No entanto, após uma reação negativa da indústria de fundos e uma mobilização dos setores impactados, o governo decidiu não prosseguir com as mudanças.

“O grupo de trabalho decidiu manter todos os FIIs e Fiagros como isentos da tributação do CBS e IBS no texto final, desde que cumpram os requisitos da Lei Nº 8.668/93”, afirma Mateus Vitoria, CEO da Private Construtora.

A única alteração proposta é que os FIIs de Tijolo poderão optar por se tornar contribuintes, permitindo o uso de créditos tributários para abatimento de impostos. “Vejo essa possibilidade de forma positiva, pois pode ser vantajosa em alguns casos específicos, como fundos de desenvolvimento imobiliário”, diz Vitoria.

Já para o especialista da Velha Investimentos, em alguns casos específicos vale a pena. “Então, de um modo geral, para a indústria que o varejo está acostumado a investir, esses fundos não entram na reforma”, afirma Fernando Felipe.

Assim, as receitas dos demais FIIs e Fiagros que investem em títulos de renda fixa seguirão sem a cobrança desses impostos. “Portanto, é importante que os investidores estejam cientes dessas mudanças e ajustem suas estratégias de investimento de acordo com a nova realidade tributária, que pode impactar a rentabilidade dos fundos, exigindo uma análise mais cuidadosa das opções agora disponíveis no mercado”, observa Renata Bilhim, advogada tributarista.

Cenário Macroeconômico

Há também fatores macroeconômicos, tanto domésticos quanto internacionais, que devem influenciar os fundos imobiliários no segundo semestre . De acordo com Ricardo Vieira, head de real estate securities da VBI Real Estate, a taxa de juros nos Estados Unidos desempenha um papel crucial, seja pela questão das eleições presidenciais em novembro ou pela inflação americana.

Ele lembra que o mercado esperava que os cortes na taxa de juros dos EUA começassem no início deste ano, mas essa expectativa foi sendo adiada e, agora, espera-se a primeira queda em setembro. Atualmente, os juros americanos estão no maior nível desde 2001, no intervalo entre 5,25% e 5,50%. Esse nível afeta a economia global, especialmente os países emergentes. “Enquanto os juros nos EUA permanecerem elevados, será difícil ver um mercado mais otimista no Brasil para renda variável, incluindo os fundos imobiliários. Se os cortes ocorrerem mais no final do ano, isso poderá impulsionar o mercado, especialmente os fundos de tijolo, que são mais sensíveis às taxas de juros”, diz o especialista.

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Já no Brasil, fatores como o diferencial entre os juros americanos e brasileiros abaixo do padrão histórico, somado aos riscos fiscais e à volatilidade do câmbio, deixam os ativos locais menos atraentes, pressionando os fundos imobiliários para baixo.

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“Para se proteger, os investidores podem optar por fundos de papel, que estão performando melhor este ano do que os fundos de tijolo, devido à proteção contra taxas de juros mais altas ou inflação elevada”, afirma Vieira, da VBI Real EstateMateus Vitoria, CEO da Private Construtora, acrescenta: com os juros altos, os fundos imobiliários, especialmente os de tijolos, enfrentam maiores desafios devido à sua sensibilidade às mudanças na curva de juros.

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Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

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Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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