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Estudo valida estratégias de controle da lagarta-do-cartucho em sistemas integrados

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Foto: Simone Mendes/Embrapa

Pesquisa da Embrapa Milho e Sorgo (MG) aponta práticas de manejo da lagarta-do-cartucho do milho (Spodoptera frugiperda) adaptadas aos sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). São orientações construídas com base no novo cenário de exploração agropecuária do milho, que envolve plantios consorciados com a braquiária. As técnicas são recomendadas para a formação de pastagem e de palhada no sistema plantio direto e integram as prerrogativas desses modelos, que aliam produtividade e sustentabilidade. 

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A lagarta-do-cartucho é uma das pragas mais preocupantes nos sistemas integrados de produção, e o seu manejo deve levar em consideração práticas de controle eficazes, uma vez que o inseto se alimenta de várias espécies de plantas. Outro problema é que a S. frugiperda apresenta rápida adaptação às principais estratégias de manejo vigentes, que são o uso de plantas Bt (que contêm genes da bactéria Bacillus thuringiensis) e o controle químico.

“O manejo da lagarta-do-cartucho em campo é complexo e deve levar em consideração todo o sistema de produção envolvido. Por isso, é necessário conhecer melhor a sua ocorrência e permanência em sistemas como o ILPF e o de Integração Lavoura-Pecuária (ILP), que são cada vez mais adotados nas diferentes regiões do Brasil”, comenta o pesquisador Ivênio Oliveira.

A pesquisa alerta os produtores para o fato de que precisam ser mais cuidadosos em relação ao plantio da braquiária com o milho, uma vez que essa gramínea é um dos principais hospedeiros da lagarta-do-cartucho. O objetivo é auxiliá-los na compreensão do comportamento da S. frugiperda e oferecer opções para manejá-la dentro de sistemas integrados de produção. “Entender as etapas de monitoramento e observar os momentos de tomada de decisão para o controle, ou não, é a base para o Manejo Integrado de Pragas (MIP)”, aponta Oliveira.

Foi constatado que há interferência da braquiária no sistema, favorecendo o aumento da população da lagarta, mas que também existem adaptações nas estratégias de manejo que podem minimizar esse problema. “A chave é entender o posicionamento dessas estratégias e dos níveis da tomada de decisão”, conclui o pesquisador.

Foto: Simone Mendes/Embrapa

MIP é opção mais adequada em sistemas integrados

No estudo conduzido na Embrapa Milho e Sorgo, o MIP foi adotado como alternativa sustentável para o controle da lagarta-do-cartucho do milho.

“Foram testadas estratégias de controle, envolvendo diferentes produtos, em observância à validação dos índices de tomada de decisão para o controle dessa praga. O diferencial é que ainda não existia uma recomendação para o controle nos sistemas integrados de cultivo, e esse estudo chama a atenção para isso”, observa Oliveira.

No trabalho, as aplicações de inseticidas para controle da lagarta-do-cartucho foram conduzidas observando os índices de tomada de decisão: nível de dano econômico (NDE) e nível de controle (NC). A pesquisa aponta que o monitoramento populacional da praga é fundamental para que as aplicações sejam realizadas apenas ao se atingir o NC, que é antes do NDE. O valor do custo de controle não pode ser maior que o prejuízo causado pelo ataque da praga. 

De maneira geral, o controle químico com o uso de inseticidas para o manejo é recomendado quando se atinge um NC em torno de 20% de plantas raspadas ou perfuradas. “Esse valor é detectado a partir de amostragens feitas com armadilhas de feromônio ou, visualmente, a partir de escalas de danos causados pelas lagartas”, descreve o pesquisador.

Os experimentos foram realizados em ambientes adaptados para reproduzir as condições de lavouras comerciais, com a adoção de parcelas de grandes dimensões para melhor expressão do efeito de diferentes condições e tratamentos. 

“Ficou evidente que, nas condições em que esse trabalho foi realizado, os parâmetros para tomada de decisão sobre o controle de S. frugiperda no cultivo do milho em sistemas ILP e ILPF têm características diferentes do monocultivo, pois as injúrias causadas nas partes aéreas das plantas de milho mostraram ser influenciadas pela presença da braquiária”, destaca Oliveira.

Segundo ele, no período inicial de cultivo, até aproximadamente o estágio vegetativo V5, em que apenas as plantas de milho estão presentes na área de plantio, podem ser utilizados os mesmos parâmetros convencionais de amostragem com armadilha ou escalas visuais. Dessa forma, a tomada de decisão para o controle é a partir da captura média de três mariposas de S. frugiperda adultas por armadilha ou 20% de plantas atacadas com notas de danos superiores a 3.

“A estratégia de MIP se mostrou mais adequada do que o uso calendarizado de inseticidas químicos. Para o bioinseticida Bt, as pulverizações devem ser realizadas a partir da ocorrência de danos de nota até 2, pela amostragem visual, o que significa a presença de lagartas menores que 1 centímetro. A partir do ponto em que as plantas de braquiária se desenvolvem e têm cartuchos, elas passam a ser um componente da área de produção e também devem ser consideradas nas unidades amostrais, porque existe a possibilidade de migração de lagartas da braquiária para o milho e vice-versa”, explica o pesquisador. 

Os experimentos evidenciaram um possível aumento de lagartas por unidade de área e uma maior pressão da praga sobre as plantas de milho, inclusive com a ocorrência de nota de dano 1, típica de lagartas menores. 

A tomada de decisão para controle fica mais assertiva com amostragens contínuas e utilização de armadilhas à base de feromônios, por causa da dificuldade de amostragem visual em plantas de braquiária. “O uso da estratégia MIP para controle da lagarta em sistemas integrados reduz a necessidade de aplicações de inseticidas químicos de quatro para três, por safra agrícola do milho”, conclui Oliveira.

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Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Agronegócio

Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

Leia também

Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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