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Agronegócio

Governo pode elevar tributação do JCP para 20%. O que os investidores pensam disso?

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A perda de arrecadação do governo com empresas e municípios pode levar ao aumento da tributação do Juros sobre Capital Próprio (JCP). Pelo menos é essa a proposta apresentada pelo líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT), que deve inclui-la no relatório do projeto de lei da desoneração da folha de pagamentos. O aumento da alíquota atual de 15% para 20% seria uma forma de compensar parte da renúncia fiscal oferecida a 17 segmentos da economia brasileira.

No entanto, a taxação de proventos a acionistas não é bem-vista por alguns agentes do mercado. “Somos absolutamente contra qualquer tributação sobre a distribuição de lucros”, afirma Aurélio Valporto, presidente da Associação Brasileira de Investidores (Abradin).

Apesar da contrariedade sobre o aumento da alíquota sobre o JCP, Valporto se posiciona contra esse tipo de remuneração e defende que a distribuição de lucros deveria se concentrar apenas nos dividendos, que ocorrem após o pagamento de Imposto de Renda (IR) pela pessoa jurídica.

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“Sequer o nome ‘juros’ faz sentido. A remuneração do capital de risco chama-se lucro, e as parcelas do lucro distribuídas aos sócios de uma sociedade S/A chamam-se dividendos”, diz Valporto. Por isso, para o presidente da Abradin, como a distribuição do JCP ocorre antes do recolhimento do IR, faz sentido que haja a cobrança de tributos sobre esse provento. “A alíquota atual é baixa, ou seja, acaba sendo uma forma de distribuir dividendos sob outra rubrica e recolhendo menos impostos.”

Já na avaliação de Regis Chinchila, analista da Terra Investimentos, um aumento na tributação do JCP para 20% pode fazer com que as empresas precisem ajustar suas estratégias para compensar a mudança, já que essa modalidade de remuneração pode deixar de ser atraente para as empresas. “Elas podem optar por alterar suas estratégias de estrutura de capital a fim de minimizar o impacto fiscal, o que pode incluir mudanças nas políticas de dividendos ou aumento do endividamento”, diz.

Sob a ótica do investidor, Chinchila aponta que o aumento da carga tributária sobre os JCPs pode levar a uma diminuição na rentabilidade líquida dos investimentos, já que o valor líquido vai subir cinco pontos percentuais. “A mudança na política fiscal pode levar a uma reavaliação das expectativas de rendimento e retorno, possivelmente resultando em uma alteração no comportamento de investimento.”

Por que os JCPs podem ter a tributação elevada?

A dinâmica do pagamento de JCP se assemelha a um empréstimo. Os acionistas, ao adquirirem uma cota da empresa (ações), aplicam seu dinheiro, acreditando que as atividades comerciais daquela companhia serão rentáveis no futuro (seja no curto ou longo prazos). Ou seja, há expectativa de ganhos monetários por parte de quem “coloca” seu dinheiro na empresa.

Esses juros, portanto, são uma forma comum de recompensar o capital investido pelos sócios. A distribuição de JCP é realizada entre acionistas, sócios ou cotistas da companhia. Além disso, empresas de capital fechado também podem utilizar desse recurso para atrair mais investidores.

No entanto, a polêmica sobre esse tipo de distribuição de lucros é o fato de não haver a dedução do IR para a companhia antes da partilha. Vale lembrar que os dividendos são isentos de tributação, ao passo que sobre o pagamento de JCP já incidem 15% de IR ao investidor.

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Entre as companhias listadas na Bolsa de Valores brasileira, a Cemig (CMIG4) foi a que apresentou a maior rentabilidade nos últimos 12 meses. Dados levantados por Einar Rivero, da Elos Ayta, mostram que o dividend yield do JCP da Cemig foi de 9,4% no período. Em seguida, estão nomes como Bradesco (BBDC3; BBDC4) e a Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (TRPL4), que tiveram rentabilidade de 8,64% e 8,63%, respectivamente. Abaixo, é possível conferir a lista completa.

Colaborou: Gabriel Serpa

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Agronegócio

Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto

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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.

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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.

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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.

A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.

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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.

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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.

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Agronegócio

Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15

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O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.

Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).

Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.

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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.

Cenário externo

Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.

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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.

Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.

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Agronegócio

Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia

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Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.

Cenários

A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.

Leia também

Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.

No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.

Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.

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Perspectivas

Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.

Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.

Indicadores

Brasil

Caged (Jul)

Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas

Estados Unidos

Estoques de petróleo bruto

Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris

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