Agronegócio
Juros fecham em queda, com dólar e indicações no Banco Central em destaque
A ausência de turbulência no mercado de câmbio, com o dólar operando ao redor da estabilidade na comparação com o real, e a especulação em torno de quais serão as indicações do governo federal para a presidência e a diretoria do Banco Central aliviaram as taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) no decorrer desta segunda-feira (26). A expectativa de uma leitura mais benigna sobre a inflação no IPCA-15 de agosto, que será divulgado amanhã, também contribuiu para o movimento.
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Na primeira etapa do pregão, as taxas chegaram a apresentar viés de alta ao longo da curva, diante da piora nas expectativas de inflação exibidas na Focus – em particular para 2025 – e da expectativa com o discurso do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo.
Em evento no Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE-PI), ele reforçou que a interrupção do ciclo de corte de juros no País reflete a cautela e dependência da autoridade monetária em relação a dados, e manteve a porta aberta para um novo aumento da Selic. Ele também classificou como “granulares” eventuais divergências entre os diretores do Banco Central a respeito da política monetária.
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Os comentários ficaram dentro do que o mercado esperava e foram mais “organizados” do que os de discursos feitos ao longo da semana passada, que trouxeram ruído à percepção do mercado sobre a rota a ser seguida pelo Banco Central, segundo Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos.
Sem surpresas no conteúdo do discurso, o que chamou a atenção dos investidores foi a antecipação da fala de Galípolo – de 10h para 9h30, aproximadamente – e a justificativa dada pelo presidente do TCE do Piauí, Kennedy Barros, para a mudança no horário. “Vamos correr um pouco com a programação porque o Dr. Galípolo recebeu uma convocação do presidente da República e não vai ficar o tempo que nós gostaríamos”, disse ele, segundo o repórter Cícero Cotrim, do Broadcast.
A “convocação” não consta na agenda nem de Lula nem de Galípolo, que é cotado para assumir o comando do Banco Central em 2025 no lugar do atual presidente, Roberto Campos Neto. Mas a possibilidade de haver uma reunião entre o presidente da República e o diretor do BC ainda nesta segunda-feira aumentou a especulação sobre ele ser indicado ao comando da instituição pelo governo federal. Essa hipótese teria provocado a queda das taxas de DI à tarde, com sucessivas renovações das mínimas intradia.
“Pode ser um efeito direto da maior probabilidade de indicação do Galípolo”, disse Gustavo Okuyama, gestor de renda fixa da Porto Asset. Segundo ele, o impacto nas taxas decorre da expectativa de que a Selic subiria agora, em linha com falas recentes do diretor sobre a possibilidade de um novo aperto na política monetária, abrindo espaço para taxas menores à frente. A Porto Asset espera quatro aumentos sequenciais da Selic de setembro em diante, de 0,25 ponto porcentual cada.
Cristian Pelizza, economista da Nippur Finance, explica que ao sinalizar a possibilidade de alta de juros, a comunicação do Banco Central “afeta os vencimentos curtos com abertura das taxas, mas traz visão de compromisso com meta inflacionária, o que acaba ancorando as expectativas futuras” e resulta em taxas de médio e longo prazo menores.
Cruz, da RB Investimentos, considera que o declínio dos juros futuros seria um reflexo do mercado “dando um voto de confiança no Galípolo, de que o nome dele é melhor do que os que foram especulados, cotados pela ala política do governo”.
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A isso, segundo ele, se soma a notícia publicada no fim de semana pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, apontando que Fernando Honorato, economista-chefe do Bradesco, e Roberto Paris, chefe da tesouraria do banco, são os nomes mais cotados no mercado financeiro para substituir Galípolo na diretoria de Política Monetária.
Também fica no radar do mercado a divulgação do IPCA-15 amanhã. A expectativa é de que os dados mostrem uma inflação mais controlada do que na leitura anterior. A Porto Asset prevê alta de 0,13% para o índice cheio em agosto ante julho, quando houve avanço de 0,30%.
Pelizza, da Nippur, aponta que alguns dos efeitos inflacionários de meses anteriores estão se dissipando. “A questão do Rio Grande do Sul gerou um pequeno choque que vem amortecendo. No cenário externo o dólar acelerou muito, depois amenizou. As commodities também não tem desgarrado. Quando olha o número em 12 meses fica perto do topo da meta, mas não deve fugir disso”, afirmou.
No fechamento, a taxa do contrato de DI para janeiro de 2026 caía a 11,420%, de 11,485% no ajuste anterior. A taxa para janeiro de 2027 diminuía a 11,385%, de 11,469%, e a taxa para janeiro de 2029 recuava a 11,495%, de 11,561%.
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Agronegócio
Anec reduz estimativas de exportação de soja, milho e farelo em agosto
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A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu nesta terça-feira (27) suas previsões para as exportações de soja, farelo de soja e milho do Brasil em agosto.
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Segundo relatório baseado nos embarques e na programação de navios, a exportação de soja brasileira deve alcançar 7,74 milhões de toneladas em agosto, ante 8,16 milhões na previsão da semana anterior.
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Se confirmado, o embarque representará um aumento de cerca de 172 mil toneladas na comparação com os volumes embarcados no mesmo mês do ano passado.
A exportação de farelo de soja do Brasil foi estimada em 2 milhões de toneladas neste mês, contra 2,39 milhões na estimativa da semana anterior e 1,97 milhão em agosto de 2023, segundo dados da Anec.
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Já a exportação de milho foi prevista em 6,61 milhões de toneladas, versus 7 milhões de toneladas previstas na semana anterior.
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O embarque de milho do Brasil em agosto ainda cairia na comparação com igual mês de 2023, quando o país exportou 9,25 milhões de toneladas.
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Agronegócio
Dólar hoje vai a R$ 5,53 com mercado ainda reagindo ao exterior e IPCA-15
O dólar hoje abriu em alta de 0,49%, cotado a R$ 5,5365. Ontem, no fechamento, a moeda americana foi comercializada a R$ 5,5021, uma alta de 0,08%.
Hoje, o mercado continua reagindo aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (27).
Os dados apontam que o indicador desacelerou para 0,19% em agosto, alinhando-se com as projeções dos economistas. Em um período de 12 meses, a inflação atingiu 4,35%, levemente abaixo do limite superior da meta do Banco Central, que é de 4,5%. O IPCA-15 serve como uma “prévia” da inflação oficial medida pelo IPCA, devido a um período de coleta diferente: em vez de calcular a variação dos preços do primeiro ao último dia do mês, considera o intervalo entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual.
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Nesse caso, o período foi de 16 de julho a 14 de agosto. A desaceleração ocorre em um momento de crescente expectativa sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central (BC). Membros do BC têm discutido a possibilidade de aumentar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.
Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal mecanismo do BC para controlar a inflação. O objetivo de inflação da instituição é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e principal candidato a assumir a presidência do Banco Central em 2025, reiterou em um evento na segunda-feira que o BC está adotando uma postura cautelosa e “dependente de dados” para futuras decisões de política monetária, considerando “todas as opções em aberto” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).
Nas últimas semanas, o mercado tem acompanhado de perto as declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, buscando pistas sobre o rumo da política de juros. Na última terça-feira, um aparente desencontro entre os dois resultou em uma valorização do dólar.
Cenário externo
Externamente, o dólar ainda reflete uma maior cautela por parte dos investidores diante da intensificação das tensões no Oriente Médio e das expectativas em torno da magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.
Durante o simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), declarou que “é o momento” de reduzir os juros, confirmando a expectativa de que o ciclo de flexibilização monetária deve começar na próxima reunião do Fed, em setembro.
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Agora, os investidores aguardam a divulgação de novos dados econômicos para ajustar suas expectativas sobre o tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos participantes do mercado veem uma probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.
A principal divulgação da semana ocorrerá na sexta-feira com o relatório do índice de preços PCE de julho, o indicador de inflação preferido do Fed. Na quinta-feira, dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) podem fornecer mais informações sobre o estado da economia americana.
Até agora, o dólar subiu 0,41% na semana, teve recuo de 2,69% no mês e alta de 13,39% no ano.
Agronegócio
Pré-mercado: à espera dos resultados da NVidia
Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
Bom dia! Estamos na quarta-feira, 28 de agosto.
Cenários
A notícia mais importante desta quarta-feira (28) vai demorar para acontecer. Apenas à noite, após o fechamento do mercado, será divulgado o resultado da empresa americana NVidia referente ao segundo trimestre de 2024.
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Vista como um barômetro para investimentos das empresas de tecnologia em Inteligência Artificial (IA), a Nvidia deve projetar um crescimento de receita de cerca de 10% no segundo trimestre para US$ 28,6 bilhões, ante os US$ 26,0 bilhões do primeiro trimestre. Qualquer decepção certamente agitará os mercados, dado o peso da empresa nos índices dos EUA.
No primeiro trimestre, para a empresa encerrado em 28 de abril, a NVidia anunciou um lucro por ação de US$ 5,98, alta de 18% ante o trimestre anterior e de 262% ante o mesmo período do ano passado.
Como principal beneficiária do boom da inteligência artificial, a Nvidia viu seu valor de mercado aumentar nove vezes desde o final de 2022. No entanto, após atingir um recorde em junho e brevemente se tornar a empresa mais valiosa do mundo, a Nvidia perdeu quase 30% do seu valor nas sete semanas seguintes, o que resultou em uma queda de aproximadamente US$ 800 bilhões em valor de mercado.
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Perspectivas
Os resultados da Nvidia serão divulgados semanas após seus gigantes da tecnologia terem divulgado os resultados. O nome da empresa foi citado durante essas chamadas com analistas, à medida que Microsoft, Alphabet, Meta, Amazon e Tesla gastam pesadamente em unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia para treinar modelos de IA e executar pesadas cargas de trabalho.
Nos últimos três trimestres, a receita da Nvidia mais que triplicou em termos anuais, com a grande maioria do crescimento vindo do negócio de data centers. Os analistas esperam um quarto trimestre consecutivo de crescimento de três dígitos. A partir daqui, as comparações ano a ano se tornam muito mais difíceis, e o crescimento deve desacelerar em cada um dos próximos seis trimestres.
Indicadores
Brasil
Caged (Jul)
Esperado: ND
Anterio: 201,71 mil vagas
Estados Unidos
Estoques de petróleo bruto
Esperado: ND
Anterior: 2,7 milhões de barris
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